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Artigos-->O BRASIL EM 06 DE OUTUBRO DE 2002 -- 10/10/2002 - 21:18 (Ernandes Aparecido Campagnoli) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Neste domingo, mais uma vez encontraremos o Brasil num cenário entristecedor. Teremos neste domingo um povo inibido pelo medo e cego pela desinformação (um caminho que ele próprio escolheu). Trabalhadores desprovidos de quase todos os instrumentos que lhe garantam saúde, educação, lazer e principalmente segurança. Um povo sem condições de construir uma vida razoável, produtiva e digna. Uma classe média muito aquém daquilo que realmente poderia fazer em benefício do Brasil, uma classe média que às vezes, muito raramente, se levanta e tenta mudar o país, uma classe média que anda, há tempos, de cabeça baixa. Uma elite quase imune ao desejo normal de escapar, por meio das vidas de seus filhos, de sua própria vulgaridade. Uma nação em que a grande maioria das crianças, mal sabe ler e escrever (isto quando estão na escola, pois em alguns casos tem que deixar de estudar para poder trabalhar e ajudar na renda da família) e que se rebela contra os pais.

Um país onde, acredite se quiser, os presos são tratados melhor do que a população carente, onde os restaurantes são muito melhores do que as escolas e onde os intelectuais, escritores e jornalistas, em geral, costumam ser insinuantes como vendedores de cosméticos. Um país onde donos de jornais e outros meios de comunicação mandam seus empregados “dourar a pílula” (leia-se omitir fatos e criar fatos infames). Jornalistas que obedecem às ordens e sentem, eles também, medo, encontrando na desesperança e na confusão pretextos para render-se. Juízes e magistrados agachados diante do pequeno-bonapartismo do Executivo. Indústrias em geral que reclamam à boca pequena estarem virando “testas-de-ferro” do capital e da especulação estrangeira e que mesmo assim, apóiam um governo que os está quebrando. Banqueiros que comercializam informações privilegiadas e acumulam, mecanicamente, as diferenças entre juros que pagam para fora e os juros que recebem, do governo, aqui. Tecnocratas que aguardam a hora de voltar ao tráfego de influência e que nunca se recuperam do malogro na tentativa, quando jovens, de desenvolver pensamentos rebeldes. Marginais que controlam presídios, onde eles deveriam ser os controlados. Bandidos que estão mais seguros que nós, os cidadãos de bem. Marginais que conseguem ajuda da Justiça, enquanto o povo sofre com a mesma. Políticos que desprezam o regime a que servem e que dão tudo para poder continuar a reinar em seus reinos (nossas cidades). Governantes desnorteados e sempre ligados a escândalos nacionais e até internacionais, trazidos pelo cinismo e constrangimento, quando diante de estrangeiros, são mostradas as suas verdadeiras faces, pela realidade da sociedade que governam. Presidentes omissos em questões de suma importância e que preferem ficar mais fora do país a tentar resolver os problemas que aqui existem (não é à toa que o último presidente recebeu o título de Viajando e Henriquecendo Cardoso). Brasil, um país onde é difícil se saber quem é um amigo e que para a elite, é mais um playground do que um país, onde eles se divertem e enriquecem nas costas do povo honesto e trabalhador.

Um país onde é difícil ser sério e honesto, porque é difícil acreditar na verdade e na justiça, no poder do sacrifício, no esforço própria para vencer na vida e na presença de um possível e remoto futuro melhor. Pouca esperança a um povo que tem muita. Trabalho que só existe na metáfora que disse um amigo meu, onde ele diz “...que na sua família trabalho é o que não falta, pois sua mulher está em TRABALHO de parto, seu filho tem muito TRABALHO da escola e ele, o marido, foi até um terreiro para fazer um TRABALHO. Para ver se consegue arranjar TRABALHO!!!”.

O que na verdade temos é pouca insistência em distinguir entre charme e bondade, entre esperteza e inteligência, entre sentido e amor ao país em que vivemos. Espero que este artigo, sirva de alerta, a poucas horas das eleições para que não voltemos a errar e aí passar novamente pelo moralismo, ceticismo e desprezo dos últimos doze anos de governo. Espero também vontade político dos novos candidatos que serão eleitos, para que olhem para nós e possam melhorar a situação a qual nos é imposta, onde não temos estimativa de crescermos. E lembro por fim a todos os céticos, que estão hoje em seus reinados, que um dia vocês poderão fazer parte de nossa classe também – a classe desprovida de “armas” e informação, pois o ontem do futuro foi o passado do amanhã, o futuro do hoje é o amanhã passado e o amanhã do passado será o ontem do futuro... Acorda Brasil!

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