Traduzindo as imagens do mundo
Dos jogos de sombra as imagens digitalizadas, tudo foi apenas uma questão de tempo. Desde que Hercule Florence inventou a fotografia, as imagens da realidade passarama povoar albuns de viagem, diários de adolescentes e muito mais: passaram a ser
acessórios indispensáveis em documentos, e em jornais e revistas. Hoje, 19 de agosto, é comemorado o dia mundial da fotografia, esta técnica, arte, meio de divulgar fatos,
e captar o mundo como ele é.
Maria de Fatima Dannemann
Que seria de um bom texto jornalístico sem uma boa foto acompanhando a noticia? Por mais que as vezes fotógrafo e repórter se "engalfinhem" no exercício da profissão,
texto e foto andam de mãos dadas, e repórter e fotógrafo vivem um casamento sem direito a divórcio. Claro, a imagem respalda as palavras, e as palavras dão suporte a imagem. Desde 1880, quando o Daily Herald publicou a primeira fotografia em jornal,
tornou-se possivel ver os fatos, ver os cenários e descobrir o mundo de uma maneira que antes ficava muito a cargo da imaginação. Isso foi apenas consequência da invenção
da fotografia, no começo do mesmo século XIX.
Pesquisadores descobriram que era possivel combinar luz e sombra com sais de prata captando as imagens do mundo. Descoberto o processo, que antes demorava horas e hoje toma
apenas alguns segundos pelo processo digital, as belezas e até as feiuras do mundo foram reveladas. Muitos dos fotógrafos, aliás,
dedicaram-se a isso, como Sebastião Salgado, considerado um
dos grandes profissionais da área no mundo, que tem se dedicado a fotos denuncia.
É a foto, aliás, quem melhor denuncia problemas como alagamentos em dia de chuva, esgotos que correm a céu aberto nas periferias das grandes cidades, ou a violência contra mulheres, crianças e outras minorias. É foto, também, quem mostra aos amigos as recordações de viagem, e que permite levar o ser amado na carteira 24 horas por dia.
A fotografia, dizem, dá respaldo a realidade. Muitas delas tem espaço reservado nas primeiras páginas do jornal, como a torcida dos times campeões, festas como Carnaval e Lavagem do Bonfim.
Mostra também imagens de guerra, crianças famintas, mas as vezes retrata a beleza.
Perfil
Cronista de imagens
Salgadinho, como eu chamava Walter Carvalho, um dos meus companheiros mais constantes na redação do jornal, é o tipo do profissional teimoso. Graças a Deus! Quando ele cismava e teimava já sabia: vem foto de primeira página por ai, e vinha mesmo. Tudo no maior capricho. Não é para menos, virginiano,
Walter é perfeccionista e namora horas com a câmara e a imagem até conseguir o melhor angulo para ela.
Hoje morando em Nova York, onde faz faculdade de fotografia e cinema, Walter é um dos garotos prodigios que de vez em quando aparecem na imprensa brasileira. Comceóu aos 17 anos quando ganhou o prêmio Kodak para fotografar as Olimpiadas de Los Angeles e trabalhou na Manchete, Correio Brasiliense. Em Salvador, trabalhou por sete anos no jornal A Tarde onde ganhou diversos prêmios. Realizou exposições coletivas e individuais na Bahia e outros estados.
Salgadinho, apelido que ele não gosta, é uma referência a Sebastião Salgado. Walter é casado com a jornalista Sandra Cruz, pai de Amanda, meu amigo, irmão, parceiro, e tem mais um detalhe que pouca gente sabe: além de excelente fotógrafo, escreve muito bem e seus e-mails para mim são verdadeiras cronicas do dia a dia de Nova York. Coisas de olho treinado para ver através de zoon.
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