Passa actualmente no mais degradante canal televisivo do meu País, o “Big Brother” dos famosos (!), apresentado pela habitual e estúpida contornante Teresa Guilherme. Este extorsionário programa coloca-nos à vista as intimidades de Cadete, futebolista falhado, Cinha Jardim, organizadora de eventos carnais e, entre outros-outras de mais humilde craveira, o Zé Maria, vencedor da primeira-edição e configurado representante do actual português típico. Famosos e afamados pelas libidinosas aventuras que lhes dão carácter mediático.
Como ainda não entraram integralmente na cama uns dos outros, o “lit unique” tarda em desencadear as secretas lascívias dos espectadores televisivos, uma legionária cambada de imbecis sob masturbante manipulação ao ôlho. A grande mão de Moniz, toda de larga boca mouriscada, satisfaz falos e falas até à exaustão. Aguarda-se que um rio caudaloso espermatozódico brote da TVI a renascente cultura de Portugal no século XXI: a arte de bem exercitar a todo o sexo!
Uma indómita equipa televisiva de fúteis e sobretudo inúteis seres humanos galvaniza a cova fúnebre do futuro mental da juventude. Pelo menor dos males, seria por aqui que os sequazes suícidas de Bin Laden poderiam passar e demonstrar a fútil e inútil promessa das setenta virgens após a morte.
À guisa de desembaraçar-me de tão desagradável sequência, do JN de Sexta-feira 13, apraz-me reproduzir um oportuno parecer sobre a actualidade dos lobos portugueses, a fim de operar concordância ao titulado.
“Longe de serem uma ameaça para o homem, os lobos são animais cautelosos e tímidos, cuja persença passa quase despercebida. O lobo ibérico é uma espécie em perigo de extinção em Portugal, onde se estima que existam cerca de 45 a 50 grupos familiares, num total de 200 a 300 exemplares.
Actualmente a espécie encontra-se limitada a três zonas do País: Peneda-Gerês, Montesinho e Alvão. Desde 1990 que é proíbido o abate ou captura de lobos, bem como a deterioração do seu habitat e a sua perturbação, nomeadamente durante os períodos de reprodução e de dependência das crias.
O lobo, considerada uma das espécies selvagens mais perfeitas e evoluídas da terra, adapta-se bem aos locais onde se fixa e alimenta-se de animais diversificados, o que, segundo a Quercus, é uma característica que os torna muito resistentes. Mas a alimentação variada também lhes traz alguns problemas. Uma vez que o seu prato favorito são os animais domésticos, os pastores movem-lhes perseguições implacáveis. Além dos abates a tiro, os animais são frequentemente envenenados.
Não é apenas a hostilidade das populações que ameaça a espécie. A degradação ou fragmentação do seu habitat natural constituem outro tipo de agressão. A construção de auto-estradas corta a meio os territórios ocupados por alcateias. Não há qualquer respeito ou reconhecimento pela existência deste animal.
Ao contrário do que se pensa, o lobo, apesar de ser um animal de diversas personalidades, não vê o indivíduo humano como presa e só ataca quando está doente com raiva. O lobo... Bem... Mais valem os lobos!