Usina de Letras
Usina de Letras
27 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63221 )
Cartas ( 21349)
Contos (13301)
Cordel (10360)
Crônicas (22579)
Discursos (3248)
Ensaios - (10673)
Erótico (13592)
Frases (51735)
Humor (20173)
Infantil (5601)
Infanto Juvenil (4942)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141305)
Redação (3357)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1966)
Textos Religiosos/Sermões (6355)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->ALCA: plebiscito soviético -- 23/09/2002 - 10:58 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
“O plebiscito sobre a Alca patrocinado pela CNBB, com o apoio do MST e do PSTU, terminou com placar soviético: quase 100% de votos contra a participação do Brasil no projetado organismo. Na União Soviética é que os candidatos da situação nunca eram aquinhoados com menos que 99% dos votos. O plebiscito da Alca foi exemplar de como esse instrumento de consulta, tão acarinhado pelo candidato Ciro Gomes, pode se prestar à manipulação. Se um grupo favorável à Alca também se abalançasse a fazer seu plebiscito, nos mesmos moldes e com os mesmos métodos, lançando mão de igual propaganda indutora, e de cédula igualmente viciada, o resultado muito possivelmente também beirasse os 100%, agora a favor. Por outro lado – para prosseguir nas maravilhas que podem ser operadas por um plebiscito –, se um grupo favorável à pena de morte se dispuser a realizar o seu, talvez nem precise ser tão manipulativo quanto foi a CNBB para arrancar o resultado que pretende. A pena de morte já não é, em si, tão malvista. Usando os métodos da CNBB, o mesmo grupo poderia conseguir a aprovação da tortura”.

(Roberto Pompeu de Toledo – Trecho do ensaio “Guia de sobrevivência na campanha eleitoral”, publicado na revista “Veja”, de 25/09/2002, pág. 126)



----------



Acima, pudemos ler mais uma estupenda conclusão a que chega o ensaísta Roberto Pompeu de Toledo. Aliás, a revista “Veja” deveria ser lida à moda árabe, de trás pra frente, pois os ensaios de Toledo, que sempre cobrem a última página da revista, são normalmente o ponto alto do semanário dos Civita.



Eu, pessoalmente, acho prematuro incrementar a Alca a partir de 2005, como acertado por 33 chefes de Estados Americanos (exceto Cuba) em reuniões anteriores. Os países que, provavelmente, comporão a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) (1) são muito díspares entre si, do ponto de vista do desenvolvimento econômico: os EUA e o Canadá são países de Primeiro Mundo, com uma economia avançada, a anos-luz sobre os demais; o resto – os países latino-americanos – estão todos penando no purgatório, alguns já caíram no inferno, especialmente os mais importantes, como Brasil, México e Argentina, além de Uruguai, Colômbia, Venezuela e Equador, sem contar o Paraguai e a Bolívia.



Antes da implantação do livre comércio, muita coisa deverá ser feita para que funcione, como melhoria da infra-estrutura aeroportuária, modernização dos portos, melhoria e construção de estradas, além de todo o emaranhado de leis que deverão ser discutidas, como as leis trabalhistas, penais, de imigração, e outras, para “aplainar” um mínimo que seja a acidentada realidade que persegue a maioria dos países. A União Européia levou anos para sua efetivação, a moeda comum, o Euro, ainda não é aceita por todos seus membros, a exemplo da Grã-Bretanha. Assim, com tantas aparas por realizar nesse projeto de integração das Américas, em que a discussão a sério não foi sequer iniciada, estaremos preparados em pouco mais de dois anos para o pontapé inicial?



Alca ou Afta (American Free Trade Area) significa “globalização”. O importante não é ser contra a Alca, contra a globalização, devido ao simples fato de os EUA estarem à frente da organização embrionária – como foi apregoado pelos vemelhos do PSTU, PC do B, PCO e do MST, com apoio dos padres-guerrilheiros da CNBB. A Alca, como o fogo, a água, o sol que nasce todo dia, não é ruim, nem boa em si. Depende do que virá a ser escrito. Na próxima reunião, em janeiro de 2003, o Governo brasileiro precisa sentar à mesa de negociações para defender os interesses do País. Se um item do acordo é prejudicial ao Brasil, ou se rejeita, ou se pede para modificá-lo. Ser do contra, simplesmente por ser do contra, para demonstrar o anti-americanismo, é atitude imbecil que só poderia vir de onde veio: do museu de cera ambulante a campo aberto, que é o MST, PCB, PC do B e o PSTU, zumbis soviéticos que teimam em perambular por nosso “admirável velho Brasil”, sob coordenação dos barbudos que também assaltaram a CNBB – melhor dizendo, a CNB do B. E os bispos, aprovam todos essa bobagem?



Mas, com certeza, os comunas brasileiros apoiariam um plebiscito de uma área de livre comércio que englobaria o Brasil, Cuba e a Venezuela, já que são fanáticos admiradores do tirano Fidel Castro e do demagogo Hugo Chávez, e nutrem ódio mortal aos EUA. As FARC fariam parte dessa “tríade” socialista como “convidados especiais”. Aposto meus próximos 12 contracheques que o “comando vermelho” acima descrito apoiaria um plebiscito desse tipo, para fazer face ao “grande satã” do norte.



Taí, o plebiscito, uma boa idéia para o PT encampar, caso Lula-laite vença as eleições presidenciais. Quem sabe, não foi idéia do próprio PT essa história do plebiscito? Dirão rapidamente os petistas: mas o PT nem participou do plebiscito da ALCA. Claro, estamos em época de eleições, não convém radicalizar. Neste ano, terroristas das FARC e do IRA também não foram convidados pelo PT para o Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre, para não prejudicar a campanha de Lula-laite. Ano passado, eles foram recebidos por Olívio Dutra com pompa e circunstância, a Brigada Militar ficou de “braços dados” com um notório terrorista das FARC, que proferiu incendiário discurso na PUC de Porto Alegre. Ano que vem, quer Lula-laite vença, quer não, os terroristas serão novamente bem-vindos para o Fórum. Até as duas tartaruguinhas aqui em casa sabem que o PT participou de corpo e alma do plebiscito da ALCA. Só que por debaixo das saias dos padres, como convém a um partido camaleão.



Governando somente com plebiscitos, a “mais democrática das armas populares” – dirão os vermelhos de ontem, de hoje e de sempre –, a cúpula petista poderá aprovar tudo o que quiser, até salário-mínimo de R$2.000,00, com a maior facilidade, com placar de 100% a favor, como ocorre hoje em Cuba, onde Fidel Castro foi sempre confirmado como Presidente com a totalidade dos votos dos representantes da população. A petezada não precisará nem usar gangues de “jaquetas pretas” para intimidar a população, como ocorreu na Revolução Russa, sob Lênin. Aliás, o tal “Orçamento participativo” (2) não é nada mais do que um estratagema soviético, para tirar o poder das assembléias estaduais e das câmaras municipais. Com o plebiscito, tudo poderá ser conseguido por Lula-laite, na maior tranqüilidade “Lulinha paz e amor”, sem tiros, sem prisões, sem torturas. Isso, claro, se não houver reação da população para tal embuste...



Notas:



(1) ALCA – Área de Livre Comércio das Américas: enunciada na “Cúpula das Américas”, em Miami/EUA, em dezembro 1994, com a presença de 33 presidentes americanos, para criação até o ano 2005 da maior área de comércio do mundo, do Alaska à Patagônia, com 850 milhões (à época) de consumidores e movimento de mais de US$ 13 trilhões em bens e serviços; o mesmo que AFTA.



(2) Orçamento Participativo - Mecanismo de manipulação política, através do qual o Partido dos Trabalhadores (PT) busca aprofundar a estratégia revolucionária leninista conhecida como “dualidade do poder”. As organizações sociais e de bairro, à primeira vista voluntárias, com representantes ritualmente eleitos, são na realidade cooptadas pelo partido-governo. As decisões do “orçamento participativo” são tomadas não pela população das regiões em que se dividem a Capital e o Estado (caso do Rio Grande do Sul), mas pelos ativistas do Partido e pelos “quadros políticos do governo”, municipal e estadual, remunerados com dinheiro público, que também “monitoram” os debates, sob controle do Partido. Com isso, os ativistas do PT buscam progressivamente solapar e esvaziar a autoridade dos corpos legislativos. Tarso Genro reconheceu que o “orçamento participativo” foi concebido para operar uma “transferência de poder para a classe trabalhadora organizada” e substituir gradativamente “a representação política tradicional, vinda das urnas, pela democracia direta”, acrescentando que esse mecanismo político havia sido constituído sobre “princípios gerais, originários da Comuna de Paris e dos sovietes” (in “Totalitarismo Tardio – o caso do PT”, de José Giusti Tavares e outros; pelo conteúdo do livro, Tavares foi processado pelo PT do Rio Grande do Sul). Segundo dados oficiais, apenas 1,3% da população comparece às assembléias do “orçamento participativo” de Porto Alegre, RS. Com esse número reduzido de petistas, que se reúnem com qualquer número, debatem e decidem sem qualquer regra fixa, o PT pretende substituir a democracia representativa municipal de 33 vereadores, cujos mandatos foram obtidos com o coeficiente eleitoral de 22.750 votos. A Constituição do Estado do Rio Grande do Sul enuncia, no Art 5º, Parágrago 1º, o princípio de que “é vedada a qualquer dos poderes delegar atribuições.”





Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui