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Artigos-->A campanha em marcha -- 23/08/2002 - 11:16 (rodrigo guedes coelho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A campanha em marcha





É ainda cedo para avaliar os programas eleitorais, mas não há dúvida de que Lula está tendo o melhor desempenho. A sociedade começa a admitir que o líder metalúrgico do ABC aproveitou bem os últimos vinte e quatro anos para conhecer o Brasil, estudar seus problemas, entender os ritos próprios da política - entre eles o da tolerância - e confirmar os seus méritos de negociador.

Dizia o Sr. Tancredo Neves que fazer política é conhecer os homens. Lula conviveu, nestes dois últimos decênios, com as personalidades mais destacadas do País, não só as dos meios políticos, mas, também, as dos círculos empresariais. Entre todos os candidatos - incluído mesmo o acadêmico José Serra - Lula é, de longe, o que demonstra mais segurança ao tratar dos problemas nacionais. Ele, pela sua própria formação, é um especialista na questão do emprego, por conhecer o que é o desemprego. Mas não é só isso: quando se trata de saúde, de educação, de desenvolvimento econômico, de exportação e importação, a sua segurança é a mesma.



Ele estudou durante todos estes anos, e não lhe faltaram, nos quadros do próprio PT, homens com bom trânsito nas universidades e nos documentos públicos, capazes de o orientar em todas as questões nacionais. E Lula leva uma vantagem pessoal incontestável, a de ser autodidata. Os autodidatas estão sempre dispostos a aprender, e são sempre desconfiados do que aprendem. Os homens de formação universitária - sobretudo quando se tornam professores - julgam-se donos de todas as chaves da sabedoria e nunca duvidam de sua própria inteligência.



Os intelectuais que assessoram Lula sabem disso. O metalúrgico não engole as lições: mastiga-as antes. Indaga, pede detalhes, confere as contas. O primeiro dever de um governante é o da dúvida. Os que seguem, sem pestanejar, os seus conselheiros, correm o risco de descobrir, às vezes tarde, que lhes faltou o dever da desconfiança.



Por outro lado, Lula é um homem sofrido. O sofrimento deveria ser uma condição prévia ao exercício do poder. De qualquer poder. O poeta (e homem público) Francisco Otaviano, dizia, em meados do século XIX, que "quem passou pela vida em brancas nuvens, e em plácido véu adormeceu, foi espectro de homem, não foi homem; só passou pela vida, não viveu". O poder não pode ser entregue aos que passam pela vida em brancas nuvens, aos "espectros", construídos pelos especialistas em holografia e em outros efeitos especiais.



A cada dia o candidato do PT se torna mais nítido, como homem coerente, ponderado, sereno, no quadro da disputa eleitoral destas semanas. Ele se beneficia dessa serenidade - transferida aos que o acompanham - enquanto os adversários começam a perder a cabeça. Manter a serenidade será a sua principal arma política para vencer, ainda no primeiro turno, o pleito de 6 de outubro. Por tudo isso é de se esperar que Lula mantenha o mesmo comportamento ao longo das próximas semanas.



Tasso, Ciro, Scolari e o vexame

A tentativa do uso da Seleção Brasileira na campanha eleitoral do Sr. Ciro Gomes foi, propriamente, uma pisada na bola. Os jogadores, quando souberam de que iriam servir como garotos- propaganda, entraram aborrecidos em campo. Uns francamente revoltados, outros entediados. Não era um jogo da seleção, era um jogo de Tasso Jereissatti e Ciro Gomes. Não tiveram o menor interesse em esforçar-se em busca da vitória. Pareciam mesmo dispostos a favorecer, em tudo, a vitória do adversário.



Mas os torcedores brasileiros não devem estar muito satisfeitos com essa instrumentação do esporte. Se houver uma sondagem de opinião pública, esse descontentamento será aferido, e Ciro Gomes se dará conta de que perdeu muito mais do que possa ter eventualmente ganhado.



Mauro Santayana

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