Usina de Letras
Usina de Letras
10 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63340 )
Cartas ( 21353)
Contos (13304)
Cordel (10362)
Crônicas (22580)
Discursos (3249)
Ensaios - (10719)
Erótico (13597)
Frases (51866)
Humor (20199)
Infantil (5632)
Infanto Juvenil (4970)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141349)
Redação (3362)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1968)
Textos Religiosos/Sermões (6370)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->Brasil_,Os_últimos_rounds_(Laerte_Braga) -- 19/08/2002 - 22:16 (rodrigo guedes coelho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Laerte Braga

La Insignia. Brasil, agosto del 2002.



O primeiro dos últimos rounds da eleição presidencial no Brasil começa com o

encontro de FHC e os quatro principais candidatos: Lula, Ciro Gomes, José

Serra e o enviado de Deus, Anthony Garotinho. Serra deixou escapar seu

descontentamento com o convite feito pelo "presidente" aos seus adversários.

Acha que FHC está apenas tentando fechar a cortina em grande estilo, com

pose de estadista. Nada a ver com sua eleição.



O que vai resultar desse round não é tão difícil prever. Só um fato

dramático de última hora, algo assim como chuva de canivetes, pode mudar o

que dos encontros se espera.



Lula vai levar propostas concretas, pelo menos é o que tem dito, para que o

"governo" não complique mais a tarefa do futuro presidente e na prática,

tenha início a transição. Chega escorado num novo crescimento nas pesquisas,

mais especificamente, na pesquisa do "Data Folha". O candidato cresceu 4

pontos percentuais, acima da margem de erro, que é de 2% e abriu 10 pontos

sobre o segundo colocado, Ciro Gomes.



A grande preocupação de Lula é com a exploração política do encontro pelo

"presidente". O temor que FHC tente golpes baixos e com eles alguma manobra

para tirar seu candidato, José Serra, do terceiro lugar. Ao que tudo indica

nem FHC acredita mais em Serra. Para neutralizar e antecipar-se às declaraçõ

es do "estadista" do Planalto, Lula fala logo após o encontro.



A expectativa maior, no entanto, é em torno da conversa de Fernando Henrique

com Ciro Gomes. Os dois não se falam desde a posse de FHC, isso no primeiro

mandato. Ciro foi escolhido para o Ministério da Fazenda, no final do

governo Itamar, com o propósito de segurar as pontas do Plano Real e

garantir a eleição do laranja de Washington. Eram do mesmo partido e isso há

6 meses das eleições, em 1994. Contava continuar ministro. Como não

continuou...



... Trocou de partido, virou desafeto e adversário de FHC e tem dito cobras

e lagartos do "presidente". São iguais.

Tudo indica que o candidato do PPS (Partido Popular Socialista) do

hermafrodita Roberto Freire e, apoiado pelo PFL (Partido da Frente Liberal),

de ACM, com o PDT (Partido Democrático Trabalhista) de Leonel Brizola, vai

ao encontro preocupado apenas em não sofrer arranhões nos seus índices, pois

nem caiu e nem subiu, variou um ponto percentual, dentro da margem de erro,

na pesquisa do "Data Folha". Na do "Vox Populi" subiu e está tecnicamente

empatado com Lula.

Garotinho é um prodígio na arte de fazer lambança. De público é contra o

acordo com o FMI, tema do encontro com FHC. O documento que vai levar ao

dito, no entanto, é suave e faz apenas algumas propostas com viés

nacionalista, populista. Como tem lutado com dificuldades financeiras para a

sua campanha e em alguns dias sequer agenda tem, anda pedindo dinheiro

desesperadamente para todos os lados e conta, lógico, com a ajuda do

governo. Ou pelo menos contava, pois a ameaça de apoiar Lula no segundo

turno é muito mais do que resta de decente no PSB (Partido Socialista

Brasileiro) que dele propriamente.



José Serra vai dizer que apoia o acordo com o Fundo. Que o presidente salvou

o Brasil. Que no seu governo vai ser assim, assado. Que é o mais preparado.

Que conhece os problemas brasileiros melhor que ninguém e provavelmente

explicar detalhada e minuciosamente, em tertúlias econômicas, cada ítem do

acordo. É um chato e começa a ficar carimbado assim nos meios de

comunicações.

Caiu mais nas pesquisas. E antes de sonhar com alcançar Ciro Gomes, tem que

evitar que Garotinho o ultrapasse. Vai ser o fim da picada.



Terminado esse round começa o da propaganda gratuita. Os partidos dispõem de

horários próprios em redes de televisão para apresentar seus candidatos e

programas. Todos contam subir com o horário eleitoral. No caso de Serra,

aposta tudo nesse round.



O diabo é que todos eles têm marqueteiros que trabalham dentro de idéias que

pouco variam, os programas acabam saindo mais ou menos iguais, cada qual

salvando o Brasil mais depressa e termina com nada mudando, nada variando.

Vai depender muito mais dos chamados fatos novos. Esses parecem difíceis. E

quanto acontecem, arrebentam com o candidato do FMI, quer dizer, do

"governo".



Um exemplo: na sexta-feira um grupo de espertalhões, especuladores, jogou o

boato, na BOVESPA (Bolsa de Valores de São Paulo) que uma pesquisa mostrava

ascensão de Serra e queda de Ciro. A diferença teria sido reduzida para 6

pontos. O dólar baixou, o índice da bolsa subiu, os espertalhões ganharam

dinheiro rápido e fácil e as pesquisas mostraram o contrário.

Sexta-feira, véspera de sábado, que por sua vez é véspera de domingo...

Serra chegou a esse ponto no fundo do poço.

Os debates previstos entre os candidatos, a julgar pelo primeiro, não mudam

nada. Todos vão continuar falando a mesma coisa e a não ser o tom da disputa

Ciro/Serra, nada de novo deve acontecer, pelo menos no primeiro turno. Para

o segundo, há quem acredite que Lula vá ser alvejado com a história montada

pela Polícia Tucana, dita Federal, sobre corrupção na Prefeitura de Santo

André.



O único risco real que existe de alguma coisa mudar no processo sucessório

brasileiro é a "Globo" montar esquemas como fez em 1989 para eleger Collor.

Como tentou em 1982 para derrotar Brizola no Rio. Como fez em 1994 e em 1998

para assegurar FHC. Como faz todos os dias tentando mostrar aos brasileiros

que vivemos num país maravilha e que temos responsabilidades com o futuro. O

deles evidente.



A luta entre os candidatos deve terminar com vitória por pontos, o nocaute

nesta altura é muito difícil, a não ser o de Serra. Vai precisar de muita

amônia para acordar e tentar chegar aos rounds decisivos em condições de

aspirar o último, ou seja, o segundo turno.



Isso lembra-me um história antiga de um lutador chamado Tyrol Bigs. Tomou

uma coça daquelas terríveis de Mike Tyson. Entre um round e outro, até o

nocaute, o "corner" usava um cotonete para limpar o sangue escorrendo dos

olhos, do supercílio. No terceiro, Bigs não agüentou e pediu que trocassem o

cotonete. Não mudou nada na luta, mas pelo menos o cotonete era outro. O que

resta a Serra pedir é que troquem o cotonete. Só levanta com golpe baixo.

http://www.lainsignia.org/2002/agosto/ibe_085.htm





Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui