Economista José Alexandre Scheinkman é convidado e aceita trabalhar com Ciro
Às dez e meia da manhã de hoje, sábado, o economista José Alexandre Scheinkman telefonou de Nova York para Ciro Gomes, que está em São Paulo, e disse que aceita fazer parte da equipe do candidato _apurou Paulo Henrique Amorim, do UOL News.
Scheinkman, 54, é professor da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, e da Sorbonne, em Paris. Ele é carioca, estudou economia e matemática no Brasil, fez pós-graduação em Chicago e se tornou um dos mais jovens professores da Faculdade de Economia da Universidade de Chicago. No momento, mantém estreita colaboração com Claudio Haddad, no Ibmec, em São Paulo, onde frequentemente dá conferencias.
"Trata-se do mais completo economista que o Brasil já produziu," disse, hoje, o deputado Delfim Netto, também professor de economia. "Scheinkman está na fronteira do estado da arte", concluiu Delfim.
O ex-ministro Mário Henrique Simonsen, que era professor de economia e amigo de Scheinkman, o considerava um dos melhores economistas do país.
Scheinkman encontrou-se o dia inteiro de quinta-feira passada com Ciro Gomes, em São Paulo. (A assessoria de Ciro dizia que ele estava gravando programa de tevê.) Recebeu o convite e hoje disse que aceita fazer parte da equipe _e, comunicou, que, desde hoje, começou a trabalhar nos planos de governo.
Paulo Henrique Amorim conversou com Scheinkman ao meio dia, de sábado. Veja os pontos principais das informações que deu:
"Expus minhas idéias a Ciro Gomes. Não acertamos um regime de trabalho. Apenas que vou colaborar. Vou continuar a discutir as minhas idéias e ajudar a inscrevê-las num programa de governo. Ciro estava mais preocupado em conhecer as minhas idéias do que em expor as suas. Defendi, por exemplo, uma reforma tributária que ataque a informalidade. A mudança das despesas do Governo de gastos correntes para investimentos. Uma maior participação do Brasil no comércio exterior. O Brasil importa pouco e exporta pouco. E uma política de ciência e tecnologia. Sobre as idéias dele, Ciro me disse que se compromete com um superavit primário como é hoje (3,75% do PIB). Que isso é possível e razoável. E que ele não vai cometer nenhuma violência contra contratos que regulam a divida brasileira," disse Scheinkman.
Uma das hipóteses é Scheinkman presidir o Banco Central, num governo Ciro Gomes.
Este ano, Scheinkman tem o compromisso de realizar pesquisas _e não necessariamente de dar aulas_ para a Sorbonne. O que, segundo ele, dá muita flexibilidade para se informar sobre o Brasil e colaborar com Ciro Gomes.
Scheinkman afirmou, na entrevista, que o México então tinha condições muito melhores de crescimento que o Brasil. O economista criticou a má distribuição de renda no Brasil, problema que classificou como "histórico" no país.
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