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Artigos-->A estratégia de markething do Pt:Mentira -- 11/08/2002 - 10:18 (BELADONAIDIOTA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
este artigo poderia ser uma continuação do Artigo Do Ednei Pereira Rodrigues...qualquer semelhança e mera coincidência????



Na mídia, crise financeira. E Lula não convence.



O Financial Times da semana passada retratou um Brasil embriagado com o seu o time nas quartas de final.. “Não é um time maravilhoso, mas é competitivo”, disse Luiz Felipe Scolari, em Saitama, Japão, dia 22. “Se eu não pusesse minha cara a tapa, mostraria fraqueza”. Foi o que fez Lula, no mesmo dia, anunciando seu programa econômico. E levou tapa na cara, desde o ‘mercado externo’ até de seu parceiro PL. Na segunda, 24, o PL revelou desejar aliança com o PSB, Garotinho como vice (que não aceitou, comparando um possível governo Lula ao fracassado argentino de La Rúa). Isto em lugar do senador Alencar, ao aceno dos milhões de votos de Minas, grande empresário e espécie de aval da aliança capital-trabalho. E de grande ala de militantes, assustados com uma guinada eleitoral para a direita. A militância sempre foi ponto básico nas vitórias do PT. Tarso Genro, observador atento, ontem, em comício em Santa Maria, dirigiu-se basicamente aos militantes.







Dinheiro de extorsão





Mas há o pior: durante a semana já estava nas manchetes o escândalo do suposto esquema de propinas extorquidas à força de concessionários da prefeitura de Santo André, no ABC. Dinheiro para as campanhas do PT (R$ 1,2 milhão no ano passado, calculou Veja). Inclusive com armas à vista. Estadão, em manchete na quinta, revelou o conteúdo explosivo do depoimento voluntário do médico oftalmologista João Francisco Daniel. Irmão do prefeito Celso Daniel, seqüestrado e morto em janeiro. O inquérito policial definiu como crime comum. O Ministério Público continuou as investigações, com depoimentos de empresários, que abriram até sua caixa dois, documentos que agora já lançam suspeitas até sobre José Dirceu e membros da atual campanha petista. “Eles arruinaram minha vida”, disse, chorando, em depoimento, segundo a Folha, o concessionário Ângelo Gabrilli Filho. Nos últimos anos, teria pago R$ 2 milhões. O nome Lula nunca foi pronunciado. O ABC paulista, onde no final da década de 70, como lembrou segunda o Financial Times, Lula emergiu como líder sindical bem à esquerda, contra a ditadura e o empresariado. E morre, dia 22, o publicitário Carlito Maia, 78 anos, criador dos famosos slogans “oPTei”, “Lula-Lá” e “Sem medo de ser feliz”.





Mais uma semana negra





O Brasil viveu um 1929 para emergentes. O risco-país, que reflete nas decisões imediatas dos investidores, chegou, no cálculo do banco americano JP Morgan, a 1.706 pontos, atrás da falida Argentina, já fora da Copa, e Nigéria (renda per capita de US$ 260,00 contra US$ 3 400,00 no Brasil). “É justo colocar o país neste clube?”, perguntou Denise Ramiro, de Veja. Ao mesmo tempo, o déficit em conta corrente havia caído em 12 meses de 4,8% do PIB para 3,8%; o Investimento Estrangeiro Direto (IDE) foi de US$ 22,3 bilhões (o mais alto numa AL abandonada pelos investidores); dívida externa é pequena e longa, até o final do ano vencem US$ 5 bilhões, diante de reservas de US$ 40 bilhões; a dívida interna, de 55% do PIB, está nas mãos de investidores locais, classe média, em reais – dólar somente nos títulos cambiais –, em fundos, CDBs, poupança e junto a bancos, na maioria brasileiros (Exame). Os investidores externos viram o Brasil contagiando o Uruguai, que após 20 anos foi obrigado a adotar o câmbio flutuante E até o México, onde o peso baixou.



Governo, economistas, acadêmicos, empresários, até presidenciáveis, esperavam o programa de governo do PT. Lula, favorito nas pesquisas, estaria agravando, pelo silêncio, a crise. Costumeira do efeito eleições na economia, diante da incerteza que a economia odeia.





"Não nos serve um admirador de Castro e Chavez"





Enfim, Lula falou. Acusou FHC da situação caótica; comprometeu-se, na dívida externa, a cumprir todos os contratos; renegociará “com grandeza”; não dará calote na dívida interna (ou seja, não fará como Collor); manterá metas de inflação no primeiro ano de governo; vai criar uma Secretaria de Comércio Exterior ligada diretamente à Presidência; quer fortalecer o Mercosul e preparar a economia para a negociação com a Alca. Economistas, do porte de Maílson da Nóbrega, aprovaram o programa. Na segunda, Sonia Racy, enviada pelo Estadão ao World Fórum, em Beaver Creek, EUA: “Greenspan, presidente do Federal Reserve (FED) não hesitou um segundo para responder que o problema do Brasil é 100% político”. E mais: “Um candidato como Lula, que se diz admirador de Fidel Castro e Hugo Chavez, não tem a confiança dos mercados”, disse o renomado especialista e professor Allan Meltzer. E, pasmem, FHC, acusado de estar sempre em RP no exterior, no Fórum foi declarado incompetente: em seus oito anos, cometeu o erro estratégico de falta de marketing integrado, bem dirigido e organizado, o que faz o mundo confundir Brasil e Argentina. Bem, RP é apenas uma da ferramentas do marketing. Armínio Fraga viaja nesta quarta para Londres e Paris, mais uma vez para tentar acalmar os ânimos.





Proposta tentadora: proibir falar em risco-país





“A cúpula do PL e o candidato Luiz Inácio da Silva não tiveram tempo para soltar foguetes”, disse Rosane de Oliveira, ZH, 21. “Uma bomba estourou em São Paulo”. Élio Gaspary, crítico feroz de FFHH, gritou, no domingo: “É contra o PT? É Armação”. Lembrou que o PT é rápido no gatilho para denunciar e lançar suspeitas: “Quando as denúncias são contra ele, tudo faz parte de um complô”. Como no caso, médico com “desequilíbrio emocional”, empresários com interesses contrariados, promotores indignos de confiança, etc. Betting, preferiu atacar os “Chacais do Brasil”, denominação de Pedro Parente aos capitais especulativos: “O diabo é que o ranking negativo do capital volátil é notícia e o ranking produtivo não é notícia. Quem é que o leitor gostaria de atrair ou banir: o volátil ou o produtivo? Ora, que tal uma banana para o volátil? Ele que se divirta com o risco 596 da Colômbia...”



Roberto Pompeu de Toledo, em Veja, mostrou como a palavra rotineira dos argentinos, “riesgo país”, atravessou a fronteira como os ventos gelados do Pólo Sul. E que em breve teremos aqui até motoqueiro falando nas sinaleiras sobre o risco-país: “Basta! Assim como no Afeganistão dos Talibãs havia o Ministério da Propagação da Virtude e da Prevenção ao Vício, deveria ser criado, no Brasil, um Departamento de Conveniência ou Inconveniência das Palavras.” O Decoimp, sua sigla, teria reuniões como as do Copom, decidindo que palavras seriam aceitas ou recusadas. “O tal risco-país é bola-chutada no campo eleitoral”. No final, transcreve um texto de um certo C. Macedo, de 1859, e publicado em almanaque: “Ninguém ousará negar que uma eleição entre nós importa sempre em uma calamidade para o país (...), luta de desgraças, de desolações, de lágrimas e, não poucas vezes, de sangue”. Toledo conclui: “Como se queria demonstrar, não é de hoje, nem privativo da entidade conhecida como ‘mercado’, o medo pânico das eleições”.





A lei, numa escala de favela à Wall Street





Rosane Oliveira, ZH, segunda: “São remotas as chances de o mercado se acalmar hoje apenas por conta da carta de intenções divulgada sábado pelo candidato do PT”. O ‘mercado’ quer provas concretas, como Sonia Racy mostrou na até agora desconhecida Beaver Creek No domingo, Elaine Catanhede: “Na Itália, o país foi assim. Italianos se decepcionaram (....) com todos, até chegarem à direita populista de Berlusconi, símbolo do desencanto. Há algo errado na Prefeitura de Santo André, e tudo precisa ficar muito claro, até mesmo quem é quem. O PT não tem o direito de escamotear a verdade. Seus inimigos menos ainda de deturpá-la”. Joseph Stiglitz, ex-economista-chefe do Banco Mundial, Nobel pelo seus estudos sobre o uso da informação pelos agentes financeiros, disse a Leonardo Attuch, de Isto é Dinheiro: “No longo prazo, a democracia sempre traz melhores resultados do que as políticas ditadas pelo FMI e por investidores como Gerge Soros”.



Vinod Thomas, diretor do Banco Mundial para o Brasil, escreveu, na segunda, artigo para a Folha: “A experiência nos ensina que não há soluções mágicas ou atalhos para o desenvolvimento. Dito isso, quando o Brasil, segundo maior país em desenvolvimento – a China tem o maior PIB – obtém a maior taxa de avanço social da última década, é importante registrar e comemorar este fato”. O analfabetismo caiu de 19,1% para 13,3%, mortalidade infantil de 72,9 por mil para 44,2 por mil, expectativa de vida elevada de 65,6 para 68,1 anos. Vinod não registra a fonte de seus dados. Estamos em situação mais perplexa do que um pedreiro (rigoroso anonimato), 28, ferido num tiroteio, dia 19, entre policiais e o bandido Serginho, 20 (um dos acusados do seqüestro de Celso Daniel): “Prefiro os presos à Corja da lei”. Entre os feridos: além de Serginho, um policial e nove moradores da Vila, na periferia de São Paulo.O problema é identificar a Lei. Ela parece estar variando numa escala que vai do bandido Serginho até Wall Street.



* A jornalista Iara Rech é pioneira do jornalismo econômico no Rio Grande do Sul. Com formação também em economia, foi editora da revista Exame, em São Paulo, e editora de Projetos Especiais do jornal Gazeta Mercantil. Uma liderança no setor, Iara foi também fundadora e presidente da AJOERGS - Associação dos Jornalistas de Economia do RS.



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