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Artigos-->DIZER E DESDIZER, EIS A QUESTÃO -- 07/08/2002 - 21:20 (Paulo de Goes Andrade) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
DIZER E DESDIZER, EIS A QUESTÃO





O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Paul O´Neill, foi categórico em suas palavras acusando o governo brasileiro de usar de maneira escusa os empréstimos do Fundo Monetário Internacional. Não foram insinuações. Ele foi direto na “ferida”. Os dólares tinham desvios também para contas fantasmas na Suíça. E mais: “que não era uma idéia brilhante pôr dinheiro no Brasil, em face da incerteza política...”, respondendo a um jornalista em 21 de junho.

As irreverências do americano mexeram muito mais com o sentimento de brasilidade do nosso povo do que mesmo com Fernando Henrique Cardoso. Tanto é verdade, que o secretário, que se desculpou com evasivas, foi recebido com “tapete vermelho” pelo Presidente da República, que lhe apertou a mão, dando ainda (quem sabe?) um respeitoso “welcome, Mr. Paul O´Neill”. A dignidade palaciana teve que se curvar às imposições e às insolências do poderio norte-americano. Eles são os donos dos dólares. Para que estrilar? O necessitado é o Brasil, infelizmente.

E o petulante Mr. O´Neill, muito descarado, ainda distribuiu cédulas de um (1) dólar, autografadas por ele, a crianças excepcionais de uma instituição em São Paulo. Deu o seu show de grandeza. O governo a tudo assistiu, protegendo todos os passos do americano, em nosso território, com ostensivo aparato policial.

A insensibilidade de FHC ficou mais uma vez demonstrada nesse episódio tão humilhante para o povo brasileiro. Desnecessário seria acrescentar a frieza com que sempre tratou os assalariados – nós, que só tivemos o direito, nesses oito anos, prestes, felizmente, a exalarem o último suspiro, a pagar impostos, suportar aumentos, que os economistas do governo consideram ínfimos; de assistir às suas incontáveis viagens ao exterior, de elevado custo, sem resultados positivos para as nossas exportações, procurando, tão somente, criar a sua imagem de líder na América do Sul. Enquanto isso, a insegurança, em todo o país, nos deixa acovardados, aviltados pelo poderio da marginalidade. A reforma agrária, tão anunciada, não resolveu o problema do homem do campo. Os sem-tetos continuam embaixo das pontes ou, quando muito, em barracos infectos nas periferias dos grandes centros. Em oito anos FHC cuidou apenas do seu futuro (pós-presidente). Como Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, quer ser também um estadista de reconhecimento mundial. Quem sabe não almeje o Prêmio Nobel da Paz, mediador que foi na questão territorial entre o Peru e o Equador, quando em outubro de 1998, em Brasília, um acordo de paz foi assinado por Alberto Fujimori e Jamil Mahuad Witt.

Para se perpetuar com os méritos daqueles presidentes, FHC, nem com outros quatro anos, se lhe fossem concedidos, conseguiria. Getúlio criou a Justiça do Trabalho, o salário mínimo e o Ministério do Trabalho, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Foi no seu governo que nasceram a Siderúrgica Nacional, a Vale do Rio Doce, a Hidrelétrica do Vale do São Francisco. O IBGE, a Petrobrás e a Eletrobrás também fazem parte do seu currículo de Presidente. JK, por sua vez, com a bandeira dos Cinqüenta Anos em Cinco, construiu hidrelétricas, abriu estradas, promoveu a industrialização implantando, entre outras, a fabricação de automóveis no país. Enfim, modernizou a nossa economia, completando-se como estadista com a construção de Brasília. E imortalizou-se, como Getúlio, na História do Brasil.

- Que legado nos deixará o sr. Fernando Henrique Cardoso? É fácil enumerar alguns “bens” da sua herança, como a dívida com o FMI de bilhões de dólares; uma reforma agrária que não atendeu às necessidades do homem do campo, que continua mendigando um pedaço de terra para trabalhar. As invasões às terras improdutivas acontecem até agora. As rodovias em 70% (setenta por cento), ou mais, estão esburacadas, e para um país, como o nosso, dependente do transporte rodoviário; a reforma tributária claudicou e se arrastou, sem qualquer definição. A Saúde, a Educação e a Previdência Social também se somam ao menosprezo das suas decisões políticas. A Segurança perdeu terreno para o crime organizado, que é quase um poder paralelo ao poder de polícia em todo país.

É uma dolorosa herança que fica para todos nós, acrescentada da apatia de FHC, até diante do “disse e não disse” desse mensageiro inescrupuloso do Presidente dos Estados Unidos: Mr. Paul O´Neill.





Paulo de Góes Andrade - Brasília (DF) – 07 / 08 / 2002





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