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Lucas Tenório
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Lucas Tenório está singrando
as águas do Capibaribe,
ao som do "Xote de Navegação",
de Chico Buarque de Hollanda.

"Capibaribe meu rio,
que vida levamos nós
Tu corres eu rodopio,
e há quarenta anos a fio,
sempre juntos, mas tão sós

Austro Costa - poeta
pernambucano"

(Inscrição - referida de memória -
lida por volta de 1990 numa lixeira
de cimento na calçada da avenida
Conde da Boa Vista,
no centro da cidade do Recife.)

Os poemas "Baronesa de Todas As Solidões"
e "Luminância" foram intitulados
por Rita Amaral,
da cidade de São Paulo.

Enquanto esteve em terra firme,
Lucas Tenório
perambulou aos traços dos "Esquadros",
de Adriana Calcanhotto.

"(...) São trinta copos de chopp
são trinta homens sentados
trezentos desejos presos
trinta mil sonhos frustrados

Carlos Pena Filho - poeta
pernambucano - 30/12/60"

(Inscrição de fachada do Bar Savoy,
na avenida Guararapes, no centro do Recife.)

["ÁGUA é deusa apaixonada
No colo da terra alheia
Acariciando as poupas
Dos seios brancos da areia.
Na cascata se debruça,
Canta, suspira e soluça
Apaixonando o luar,
Tangendo as espumas turvas
Pra despejá-las nas curvas
Das ondulações do mar.

A NATUREZA - Estrofe de
Daudeth Bandeira - poeta paraibano"

(Do livro "Nas Águas da Poesia",
dos poetas paraibanos José de Sousa
Dantas e Daudeth Bandeira.)]

Quando abriu os olhos à luz,
Lucas Tenório
viu um homem (esquisito)
pisar na lua.

["Encontrei-te. Era o mês... Que importa o mês? Agôsto,
Setembro, Outubro, Maio, Abril, Janeiro ou Março?
Brilhasse o luar, que importa? ou fôsse o sol já pôsto,
no teu olhar todo o meu sonho andava esparso.

Que saudades de amor na aurora do teu rosto!
Que horizonte de fé, no olhar tranqüilho e garço!
Nunca mais me lembrei se era no mês de Agôsto,
Setembro, Outubro, Abril, Maio, Janeiro ou Março.

Encontrei-te. Depois... depois tudo se some,
desfaz-se o teu olhar em nuvens de ouro e poeira...
Era dia... Que importa o dia, um simples nome?

Ou sábado sem Luz, domingo sem confôrto,
segunda, têrça ou quarta, ou quinta ou sexta-feira,
brilhasse o sol que importa? ou fôsse o luar ja morto?

Sonêto
Alphonsus de Guimaraens - poeta mineiro"
em *Os Mais Belos Sonetos Que o Amor Inspirou*,
J. G. de Araujo Jorge, Casa Editôra Vecchi Ltda,
Rio de Janeiro, 1961.]

E leu num mural na esquina da Rua das Flores,
próximo à Igreja de Nossa Senhora do Carmo,
centro do Recife:

(A TERRA CÔR DE VINHO: A FURNA, A ONÇA CASTANHA.
NUM CAMPO DE BATALHA - O MUNDO, O OVRO DO SOL -
HÁ SANGUE NAS RAÍZES, HÁ OSSOS QUE BRANQUEJAM:
NO SOL DA TERRA SANGRA O SOL DÊSTE OUTRO SOL.

E AINDA ESTURRA AQUI A ONÇA DA PAZ, ESCURA,
MESTIÇA MAGISTRAL - A ONÇA AGATEADA:
UM DOS SEUS OLHOS DORME, O OUTRO, ACESO, ENCANDEIA,
VIGIANDO O SOL, AS PEDRAS, AS ÁRVORES SAGRADAS.

E DEUS ESCREVE CERTO SUAS ÁUREAS LINHAS TORTAS:
NESTA TERRA QUE É DÊLE, O DIABO PERDE AS BOTAS.
-"VIVA O SANGUE DE DEUS LIMPANDO A LUZ DO MAL!"-
GRITA O CLARIM DOS CANTOS, À LUZ DÊSTE MURAL.

GUARARAPES
ARIANO SUASSUNA - escritor paraibano)

A EMTU/Recife em 1998 afixou no interior
de alguns ônibus da cidade cartazes consagrados
à "Semana Para Carlos Pena Filho",
onde se pôde ler:

"ENTÃO, pintei de azul os meus sapatos
por não poder de azul pintar as ruas,
depois, vesti meus gestos insensatos
e colori as minhas mãos e as tuas.

Para extinguir em nós o azul ausente
e aprisionar no azul as coisas gratas,
enfim, nós derramamos simplesmente
azul sobre os vestidos e as gravatas.

E afogados em nós, nem nos lembramos
que no excesso que havia em nosso espaço
pudesse haver de azul também cansaço.

E perdidos de azul nos contemplamos
e vimos que entre nós nascia um sul
vertiginosamente azul. Azul.

Soneto do Desmantelo Azul
Carlos Pena Filho"

Lucas Tenório esteve no Espaço Pasárgada,
consagrado à memória do poeta pernambucano
Manuel Bandeira, na Rua da União, 263,
no bairro da Boa Vista,
área central do Recife,
onde leu:

"Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue, Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
- Eu faço versos como quem morre.

Desencanto
Manuel Bandeira"

De Paulo Leminski:

"um homem com uma dor
é muito mais elegante
caminha assim de lado
como se chegando atrasado
andasse mais adiante
carrega o peso da dor
como se portasse medalhas
uma coroa um milhão de dólares
ou coisa que os valha
ópios édens analgésicos
não me toquem nessa dor
ela é tudo que me sobra
sofrer, vai ser minha última obra

Paulo Leminski - poeta paranaense"

Há um Galo imenso, e o Rei e a Rainha do Maracatu
pairando sobre o Capibaribe, de olhos nas gentes,
nesta época de Carnaval.

[Cinzas... Poeira que ardeu, que arrefece
e que esfria...
Cinzas... Que em tênue bloco um milagre sustenta,
e o vento desmorona e rola em tropelia
e anônimas desfaz na terra pardacenta...

Restos do que brilhou da vida na tormenta:
cinzas, que sois como eu, labareda vazia,
guardais no corpo inane a forma do que ardia,
mas no âmago gelado a morte se apascenta.

Cinzas... Nesse conjunto em que esta alma
se espelha
vejo a ruína do fogo, a escória da centelha,
o cadáver da luz que o vento leva a esmo.

E eu, neste coração que em cinzas se esboroa,
- cinzas das ilusões – sinto levado, à toa,
o cadáver do amor, que jaz dentro em mim mesmo...

Carlos Porto Carreiro
poeta pernambucano]

Da visão de Cecília Meirelles:

"Leve... - Pluma... Surdina... Aroma... Graça...
Qualquer coisa infinita... Amor... Pureza...
Cabelo em sombra, olhar ausente, passa
como a bruma que vai na aragem prêsa...

Silenciosa, imprecisa, etérea taça
em que adormece o luar... Delicadeza...
Não se diz... Não se exprime... Não se traça...
Fluido... Poesia... Névoa... Flor... Beleza...

Passa... – É um morrer de lírios... Olhos quase
fechados... Noite... Sono.... O gesto é gaze
A estender-se, a alegrar-se... – E enquanto vão

fugindo os passos teus, visão perdida,
chovem rosas e estrelas pela vida...
Silêncio! Divindade! Iniciação!

A inominável
Cecília Meirelles - poeta fluminense"

Contaram a Lucas Tenório que,
certa feita, pôs-se como tema
de um concurso de poesia "bolacha",
pelo que um dos participantes
o venceu, redigindo:

"Dar bolacha como tema
Pr´a motivar poesia
É transformar um poema
Em forno de padaria.

Antonino Sales - poeta pernambucano"

Lucas Tenório encontrou no sítio
"Os Urbanitas":

"A tarde se deitava nos meus olhos
E a fuga da hora me entregava abril,
Um sabor familiar de até-logo criava
Um ar, e, não sei porque, te percebi.

Voltei-me em flor.
Mas era apenas tua lembrança.
Estavas longe doce amiga e
só vi no perfil da cidade
O arcanjo forte do arranha-céu
cor de rosa,

Mexendo asas azuis dentro da tarde.
Quando eu morrer quero ficar,
Não contem aos meus amigos,
Sepultado em minha cidade,
Saudade.

Meus pés enterrem na rua Aurora,
No Paissandu deixem meu sexo,
Na Lopes Chaves a cabeça
Esqueçam.

No Pátio do Colégio afundem
O meu coração paulistano:
Um coração vivo e um defunto
Bem juntos.

Escondam no Correio o ouvido
Direito, o esquerdo nos Telégrafos,
Quero saber da vida alheia
Sereia.

O nariz guardem nos rosais,
A língua no alto do Ipiranga
Para cantar a liberdade.
Saudade...

Os olhos lá no Jaraguá
Assistirão ao que há de vir,
O joelho na Universidade,
Saudade...

As mãos atirem por aí,
Que desvivam como viveram,
As tripas atirem pro Diabo,
Que o espírito será de Deus.
Adeus.

Poemas da Amiga
Mário de Andrade - poeta paulista"

E ouviu, da antologia de Manuel Bandeira:

"Anunciaram que você morreu.
Meus olhos, meus ouvidos testemunharam:
A alma profunda, não.
Por isso não sinto agora a sua falta.
Sei bem que ela virá
(Pela força persuasiva do tempo).
Virá súbito um dia,
Inadvertida para os demais.
Por exemplo, assim:
À mesa conversarão de uma coisa e outra,
Uma palavra lançada à toa
Baterá na franja dos lutos de sangue.
Alguém perguntará em que estou pensando,
Sorrirei sem dizer que em você
Profundamente

Mas agora não sinto a sua falta.

(É sempre assim quando o ausente
Partiu sem se despedir:
Você não se despediu.)

Você não morreu: ausentou-se.
Direi: Faz já tempo que ele não escreve.
Irei a São Paulo: você não virá ao meu hotel.
Imaginarei: Está na chacrinha de São Roque.
Saberei que não, você ausentou-se.
Para outra vida?
A vida é uma só. A sua continua.
Na vida que você viveu.
Por isso não sinto agora a sua falta.

A Mário de Andrade Ausente
Manuel Bandeira"

["Saudades! Sim... talvez... e por que não?...
Se o nosso sonho foi tão alto e forte
Que bem pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!

Esquecer! Para quê?... Ah, como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como o pão!

Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar,
Mais doidamente me lembrar de ti!

E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim!

Saudades
Florbela Espanca - poeta portuguesa"]

Lucas Tenório escutou, na voz do cantor
Raimundo Fagner:

"QUALQUER MÚSICA, ah, qualquer,
Logo que me tire da alma
Esta incerteza que quer
Qualquer impossível calma!

Qualquer música - guitarra,
Viola, harmônico, realejo...
Um canto que se desgarra...
Um sonho em que nada vejo...

Qualquer coisa que não vida!
Jota, fado, a confusão
Da última dança vivida...
Que eu não sinta o coração!

QUALQUER MÚSICA - CANCIONEIRO
Fernando Pessoa - poeta português"

E por fim leu,
da antologia de Augusto dos Anjos,
no congestionado
porto de chegada das naus
aéreas:

["Quando eu morrer, que me enterrem
na beira do chapadão,
contente com minha terra,
cansado de tanta guerra,
crescido de coração -
Guimarães Rosa - escritor mineiro" -

Citado no álbum "As Cidades",
de Chico Buarque de Hollanda.]

"Agora, sim! Vamos morrer, reunidos,
Tamarindo de minha desventura,
Tu, com o envelhecimento da nervura,
Eu, com o envelhecimento dos tecidos!

Ah! Esta noite é a noite dos Vencidos!
E a podridão, meu velho! E essa futura
Ultrafatalidade de ossatura,
A que nos acharemos reduzidos!

Não morrerão, porém, tuas sementes!
E assim, para o Futuro, em diferentes
Florestas, vales, selvas, glebas, trilhos,

Na multiplicidade dos teus ramos,
Pelo muito que em vida nos amamos,
Depois da morte, inda teremos filhos!

Vozes da Morte
Augusto dos Anjos - poeta paraibano"
____________________________________

Post Scripitum:

"Era uma lua de dezembro, a última:
vertigem e vertical,
o centauro-de-mim
apeou-se e gentilmente perguntou ao vento,
às palmeiras, às tanajuras, às avoantes:
(...)
«Onde chegarmos, deito raiz,
raízes que serão tuas,
raízes de céu, raízes de terra,
pois de vasta descendência.»
[...]

Lua de Março
Soares Feitosa - poeta cearense"

*

Lucas Tenório, pernambucano de Recife,
nascido em 1969, habita
(com a Usina no coração)
o Jornal de Poesia
http://www.secrel.com.br/jpoesia/lucastenorio.html

As seguintes revistas virtuais, entre outras,
publicaram poemas seus:

Revista Cultural de Pernambuco
http://www.revista.cultura.pe.gov.br/janeiro_2001/

Revista da Elefante Editores, de Portugal
http://elefante-editores.co.pt/revista/numero2/

Revista Ponto de Vista
http://www.rpv14.kit.net/

Viva Rio - Viva Favela
http://www.vivario.org.br/


DICAS:

Xirê - O Modo de Crer e Viver
no Candomblé - Livro da antropóloga
paulista Rita Amaral

Estrela de Uma Vida Inteira (Livro)
Manuel Bandeira

Cante Lá que Eu Canto Cá - Filosofia
de Um Trovador Nordestino (Livro)
Patativa do Assaré

Nas Águas da Poesia -
Livro dos poetas José de Sousa Dantas
e Daudeth Bandeira

Livro Geral - Poemas
Carlos Pena Filho

Jornal de Poesia
(O maior sítio de poesia
em Português do mundo - Editor Soares Feitosa)
www.secrel.com.br/jpoesia/

Instituto Materno Infantil de Pernambuco
www.imip.org.br

AACD - Associação de Amparo à Criança
Deficiente
www.aacd.org.br

Programa Fome Zero - Governo Federal
www.fomezero.gov.br

Instituto Tecnológico da Aeronáutica - ITA
www.ita.cta.br/

Os Urbanitas - Dra. Rita Amaral
Estudos de Antropologia Cultural
www.aguaforte.com/antropologia

Blocos On Line - Literatura, Opinião e Arte
Leila Míccolis - co-editora
www.blocosonline.com.br

Agrestino - Literatura e Opinião
Manoel Carlos Pinheiro
http://www.agrestino.blogger.com.br/

Glauco Mattoso - Poesias Reunidas
http://glaucomattoso.sites.uol.com.br/home.htm

Restauração de Arte Sacra
http://geocities.yahoo.com.br/germano_maia/

Cláudia Azevedo - Artista Plástica
http://www.arteepoesia.kit.net/

Vânia Moreira Diniz - Escritora
http://www.vaniadiniz.pro.br/

Balacobaco - Literatura
Rodrigo de Souza Leão
http://intermega.com.br/balacobacoonline/

Continente Multicultural - Revista Cultural
http://www.continentemulticultural.com.br/

Chico Buarque de Hollanda
http://www.chicobuarque.com.br/

Elomar
http://mmm.elomar.mus.br/

Música Popular Brasileira
http://www.mpbnet.com.br/


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