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Second Dupret
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Currículo
Pedro Paulo Luz Cunha Filho, nascido a 20-06-1956, em NATAL, Rio Grande do Norte, e filho do saudoso Jornalista PELUZ.
Saiu de seu Estado natal ainda criança, vindo morar com a família em Goiânia—GO no final dos anos 50. Em 1962 veio para Brasília, onde reside desde então, tendo passado toda sua vida escolar na Capital Federal.
Atualmente é funcionário da Caixa Econômica Federal, escrevendo nas horas vagas.
Escreveu em 1984 o livro "ALVORECER BRANCO" donde foram retirados alguns trechos para colocação aqui na USINA DAS LETRAS. Seu pseudônimo é Second Dupret.


Sobre o autor escreveu o Escritor e Jornalista
Wolney Milhomem:


Entre as névoas do Pináculo


O frio é como o dos territórios glaciais. Mas o Poeta dos continentes vazios pervaga. Quer advertir os homens que não se mostram atentos à véspera as-sustada do epílogo. E o peregrino leva um emblema cristão que esparge velha claridade. Faz pousada em abandonada mansarda, localizada debaixo do oca-so, de onde — pouco antes — os anjos fugiram carregando as crianças aflitas.

O andarilho do cosmo não se restringe em suas andanças, e vai a uma ilha desolada, de coisas mortas, e recolhe o moinho mágico, porque deseja triturar os soluços e os sofrimentos do mundo e transformá-los em amargo licor que, por tanto tempo, os povos supliciados se viram condenados a beber. O Poeta pensa agora em ofertar o cálice da forte substância aos semideuses carnívo-ros, o que bastaria para agitar-lhe as brutalidades sonolentas.

Tudo isto senti no livro “Alvorecer Branco”, de Second Dupret, tão belo como um hinário, tão suave como o vôo de uma gaivota, tão alto como as estre-las que espiam a terra, tão doce como os riachos de cristal, tão forte como o raio que fere a montanha.

“Alguém pediu, poucos obedeceram,
Sonhos de armas, de armas no chão,
de alcances infinitos, que tentam trazer
à vida o sentimento esquecido.
Ondas de terror por séculos.
Não aprenderam. É tarde demais.”


No desdobramento da obra, o autor, em “Hecatombe”, afirma que

“Desce a serpente venusiana
com olhos refulgentes na pele opaca,
com reflexos translúcidos,
lançando sobre as hordas celestes,
Sua luz sobre a divina luz,
do vermelho ao violeta profundo
numa convecção de matrizes tresloucados
apoquentam a tempestade cosmogônica
na hecatombe premeditada das eras.”

Repudiando a vulgar idade e compondo — num campo de aberta versatili-dade lingüística — textos nobremente talhados, o Poeta veste a sotaina e ascende a um púlpito no espaço, na ambiência de milenárias informações. Porque reco-lhe na vertente do Cristianismo as energias irrepresáveis, e assim envolve o ho-mem coletivo. E no âmago sensível do autor referente à desavença, o conflito, a atrocidade aviltante, quando o Poeta parece entender que a justiça é o pão dos mártires.

A Bíblia, como código de leis divinas, impõe-se ao autor como bússola de navegador de mar alto. Mas ele sabe romper o arbítrio das tormentas, e agora, surto o batel num porto de gentios, os cantos bárbaros mostram uma sinfonia de idades acasaladas e as danças voláteis expressam a força telúrica que ilumi-na a solidão selvática.

Dotado de bela formação humanística, exposta à força solar de Petrarca, o Poeta Second Dupret aciona os poderes complexos do idioma, e dele extrai ra-ras manifestações eufônicas, formando fascinantes expressões estéticas, como se fosse o próprio gorjeio dos pássaros de elevado vôo. E sobressaem elementos filosóficos intocáveis, intrínsecos a um escritor de estirpe.

É de admitir-se que o Poeta Second Dupret tenha desfrutado da intimida-de da elite evangélica. Ora, a sua palavra, ajustada à formosura clássica, apre-senta características de pura e coerente elaboração, como peça única, de ele-gância irrecusável. E como os intelectuais refinados pelo escrúpulo, não hesita em criticar o espectro dos sandeus; nem reluta em cultivar as vulneráveis flo-res que se consolam na aurora, contanto possa cumprir a incumbência de gra-var nos papiros de egrégio passado a sua ode a Deus e aos justos.

Viandante de todas as eras, ele desce sobre uma dessas aldeias douradas do infinito, e fala

“Ao som de trombetas,
caminhando por entre árvores
errante, no paraíso pobre.”

O Poeta sente o travo da mirra; recorre à própria consciência e busca os sineiros, irmãos dos antigos cânticos, para que anunciem à Terra que os ho-mens consagraram o erro, mutilando as estruturas éticas. E destarte, com o desprendimento de um missionário, exprime sublime coragem, quando proclama a figura tragediada do gênero humano na sua comovedora fragilidade, cuja imaginação deixa que se revelem as desgraças que deprimem e inundam a ter-ra.

Implacável e doce, Second Dupret sabe alternar o uso de sua munição cul-tural, cristalizando o oficio da análise prudente da heterogeneidade dos indivíduos, sem amputar-lhe a virtude ou suprimir-lhe a maldade. E por guardar na alma um pedaço de eternidade, prefere a humildade bíblica dos servos.

Eis o Poeta que nasce.

WOLNEY MILHOMEM



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