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ADELMARIO SAMPAIO
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Espero responder todas as perguntas...

Vivo meio isolado do mundo... Minhas noites são solitárias, mas tranqüilas... Leio um pouco, e durmo muito cedo; dificilmente depois das nove. Levanto de madrugada; dificilmente depois das cinco. Caminho mais de uma hora antes do dia clarear de todo, e a aurora sorri quando me vê desperto. Tomo banho (cantarolando) antes das sete e ligo o computador... Sou meio estranho como vê... Meio autista, até...
Escrevo... Convivo mais com os personagens que crio, que com qualquer outra pessoa... Mas estranhamente não me sinto só como possa parecer, porque esse meu mundo é povoado somente por personagens agradáveis, amorosos e bons, e até engraçados. Alguns deles são sábios profetas humildes e simples. E no meu mundo acolho a todos os injustiçados e rejeitados que conheço e que contam seus segredos a mim numa troca dos sentimentos que por vezes consigo contar aos outros...
Tenho (ou tive) três filhos que não vejo há muito tempo... Há tanto, que as lembranças que guardo deles são muito boas porque só voltam a mim como nas brincadeiras que eu feito criança, também fazia. Mesmo que eu me esforçasse não conseguiria vê-los num momento que não fosse de felicidade, e por isso beijo a Saudade como amiga que é... Ela traz a mim quem amo pra que eu nine em meu colo também de sonhos, e afague os rostos com meus dedos de amor... Só mesmo com muito esforço posso me lembrar dos motivos que fizeram com que hoje (eu e eles) sejamos como estranhos...
Tenho poucos amigos por perto, e os que estão distantes são meio impessoais. Estes últimos não consigo visualizar com clareza, e acabam todos tendo os mesmos rostos gêmeos concebidos na bruma da minha mente... Penso deles que nem tentam imaginar meu rosto, porque sou feito apenas um nome (também impessoal) que escreve...
Por viver assim, sei de algumas coisas que pouca gente sabe. E é por isso que escrevo: pra falar de relance do que sei, tentando assim fazer com que outros sintam pelo menos um pouco do que há no mundo do meu coração...
Digo que sou um homem sem idade, porque já passei um pouco do tempo em que a vida é só promessa e ilusão. Mas estou muito longe do tempo em que ela é uma derrota consumada... Tento fazer com que todos vejam que esses dois tempos são amigos, e que não brigam entre si como muitos pensam. E pendulo de mãos dadas entre um e outro, e rio todos os dias numa brincadeira que eles fazem comigo... Fico no meio dos tempos e é por isso que vivo assim no presente, sendo amigo do Passado e do Futuro... Acaricio o Passado e vejo que ele não se lamenta por causa das constantes acusações que ouve de que é mau, e de que sua face é corrugada pelas marcas dos erros... Converso com o Futuro e vejo que ele é mais uma promessa que uma dúvida, e muito mais um amigo que um considerado inimigo... E esses dois amigos que tenho se voltam a mim como consoladores e me fazem feliz de pensar que não há na terra quem conviva melhor com os dois mesmo sendo o meu dia o Presente...
A casa em que passo as noites é um sonho... A que passo os dias é a continuação desse sonho... Ela não tem paredes e se estendo meus braços toco os horizontes e sou eu quem pode acariciá-los (também) ao mesmo tempo. Alimento todos os dias numa mesa dum banquete celeste... A comida é deliciosa e composta dos mais ricos nutrientes que necessitam a alma. Não sei bem se descanso no meu trabalho, ou se trabalho no meu descanso... Porque quando faço o que faço é que mais sou o que sou, e fico pensando contente que fui preparado ainda nos cálculos dos projetos eternos para ser assim exato como sou... O que produzo durante os dias faz com que eu novamente sonhe, num eterno círculo vicioso de sonho e sonho, dia e noite...
Quase ninguém fala comigo durante os dias, mas o Silêncio me fala palavras bonitas e me ensina canções novas... Assenta-se à minha mesa e ela se transforma em banquete de festa.
É também por isso que digo o que digo e canto o que canto...
Esse é o resumo do que vivo num dia...
Sei que pareço melancólico quando falo um pouco de mim, mas esse é outro engano a meu respeito...


Adelmario

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