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DULCE VALVERDE
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Dulce Maria Guimaraes Valverde, nome de batismo; Dulce Maria Valverde Lenderts, nome de casada; ou simplesmente Dulce Valverde, como prefiro e gosto de assinar. Sou de Salvador, BA. Pousei la´ em 3 de maio de 1970, onde fiquei ate´ os 24 anos. Meus pais, Josair e Maria Valverde, tambem sao baianos; ele de Pojuca, ela de Canavieiras. Um dia, da Bahia, eu abri as asas e voei pra longe. Parei no Norte das americas, mais precisamente em Alamosa, Colorado, EUA. Estou aqui desde agosto de 94 e, sempre que possivel, vou ao Brasil para respirar e me alimentar. Meu coracao, apesar de universal, fala mais que tudo o Portugues; essa lingua linda com que fomos agraciados, abencoados.

Desde pequena estive envolvida com arte e cultura. Na adolescencia a brincadeira de crianca comecou a tomar forma. Fiz cursos de danca, teatro, canto; Fundacao cultural, TCA, Espaco Xis, oficinas de danca, musica e teatro da UFBA. Primeiro dei as maos `a danca, depois ao teatro (a musica ficou na prateleira, mas agora esta´ querendo descer de la´), ate´ que aconteceu o click e eu abracei de vez o teatro; nele eu podia ser tudo. Trabalhei com teatro (e danca) na Bahia (e as vezes em outros estados), da segunda metade dos anos ointenta ate´ o ano em que sai´ do Brasil. Participei de alguns festivais e recebi, em 92, indicacao de melhor atriz em um festival nacional de teatro que foi realizado na cidade de Vitoria do ES. Quando sai´ do pais, estava cursando licenciatura em teatro na UFBA.

Nos Estados Unidos, depois que aprendi com fluencia a lingua (falada nas ruas), fiz um curso de ingles especializado para a area academica e voltei para a faculdade (nao consegui aproveitar nenhum dos creditos obtidos no Brasil). Formei em "Speech Communication & Theatre Arts", ou seja, Oratoria, Comunicacao e Artes Cenicas (enfase em artes cenicas), com Minor (credenciais) em Artes Plasticas. Minha tese,"Repression or Freedom: Aspects of Brazilian Theatre", foi sobre o teatro brasileiro e sua influencia (e mudancas que veio a causar) no quadro politico e social do pais na epoca da ditadura. Tenho trabalhado com teatro aqui. Participei de alguns festivais e recebi algumas indicacoes. Em 2000 recebi o melhor atriz no festival do Rock Mountain Theatre Association. Ate´ bem pouco tempo, estava trabalhando tambem como assistente bibliotecaria. Minha meta e´ continuar estudando, aprimorando cada vez mais o conhecimento na minha area.

Agora, falando das linhas:

Aos dois anos escrevia meu nome. Aos tres, identificava palavras e aos quatro aprendi a le-las. Aos cinco, escrevi uma poesia...

- Nesse meio tempo eu devorava as figuras dos livros da vasta biblioteca do meu pai. As figuras dos livros de mitologia grega me fascinavam mais que tudo. Quando aprendi a ´totalmente´ ler, voltei varias vezes la´ pra tentar entender o que elas significavam. Descobri e me encantei com o grande Zeus e os Deuses do Olimpo. Depois, com texturas mais suaves, fui descobrindo quadrinhas, versinhos, CeciliAmada Meireles, Monteiro Lobato, Vinicius, Vasconcelos e o seu "Meu Pe´ de Laranja-Lima"... -

...A poesia dos cinco anos aconteceu debaixo do pe´ de tamarino, na area do primeiro andar, la da casa dos meus pais. O tamarineiro florido; muitas flores caidas no chao formando um tapete; vinha-me um sentimento de so´. Ainda hoje eu me pergunto se eu sabia que o que estava sentindo era solidao. Nao sei, a resposta nao tenho, so´ vim reconhecer o sentimento depois que me resgatei e, SO´ sei que a poesia nasceu. Lembro que na epoca eu ouvia, gostava e doia, as musicas "Manhas~ de Setembro" e "Meu Mundo e Nada Mais", e tambem, uma de um disco 78 rpm do meu pai "E a Vida Continua". O papel no qual a poesia foi escrita, eu nao sei pra onde o vento levou, mas sei que ele nao conseguiu arrasta-la da memoria e nem do coracao. Ha uns doze anos eu a materializei outra vez, colocando-a nas linhas de uma folha e arrumando o portugues. Coloquei-a ha´ poucos dias na Usina; como nao tinha titulo, batizei-a recentemente de "Esperando a Primavera".

A poesia penso ser um legado do meu pai, Josair Valverde, 85 anos, que borda palavras desde bem cedo. Porem, ele guarda seus versos num livreto antigo, a sete chaves numa caixinha, e nao deixa ninguem bisoia´. Na minha proxima viagem ao Brasil, irei la´ futucar essa caixinha e libertar, o que creio ser, um tesouro.

A Usina vem me auxiliando no exercicio de um projeto que esta´ ganhando corpo; que esta´ sendo gestado e um dia sera´ parido; o livro. Esse movimento esta´ acontecendo devido ao incentivo do meu marido. Acho que se nao fosse por alguns dos tantos chamados dele, meus tracados poeticos continuariam em folhas soltas nos classificadores, ou entre paginas de livros que vou lendo, ou nas ´algumas´ agendas que se acumulam em minha estante com o passar dos anos. O projeto ja´ tem nome e conteudo registrados mas esta´, ainda, sendo organizado e burilado. Essas coisas levam tempo! E nesse meio tempo, a Usina vem me proporcionando o espaco para expressar minha visao e sentir da vida, para ver a forma que toma essa expressao e para lapidar o que precisa ser. Vem me ajudando, alem da possibilidade de expressao, tambem no sentido da organizacao.
Sou grata por esse espaco!

Dulce Valverde

Livros Publicados:

"Repression or Freedom:Aspects of Brazilian Theatre"
ASC Library, 2003. Colorado, USA.
 
 
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