LEGENDAS |
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Poesias-->ENTRE A CABEÇA E AS MÃOS -- 26/11/2008 - 08:10 (alexandre leite souza farias) |
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Pela poeira branca em teus cabelos
Sei que o vento espalhou os grãos da minha vida
Jogados diretamente no espaço suspirado
Tal qual um punho fechado,cobrindo de sangue a face do meu desespero.
Esse espaço bruto,onde nenhuma voz será ouvida novamente
Algo se faz ausente, desocupado,seja por morte ou desalento
Deixando livre as portas do entreposto
Do fino orgão que resiste firme entre a cabeça e as mãos.
Como o barco à bolina
Como um vagão entre dormentes
Recebendo doces lufadas de sonhos investidos
Calçadas de lembranças marginais
Abarco o tempo e me jogo o casco contra arrecifes rasgantes
Abrindo a dor que o mar teima em cicatrizar
Se nada mais fosse que entorpecimento
O custo mais que justo seria a queda no abismo
Mesmo que o salto diminuido fosse em relação ao retorno desfragmentador
pois o desejo é sempre maior do que a vontade consumada.
Sei que encontrarei a mesma poeira
em cada fio dos teus ossos
E em cada grão de minha vida
Encontrarei o sangue do passado
o rosto retesado
Pelas escaras de um longo decúbito de solidão |
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