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Contos-->BASEADO EM LIVRE EXISTÊNCIA E CONTRADIÇÃO -- 15/02/2004 - 01:20 (Caixa do Pregão) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ele deu uma tragada, estufou o peito prendendo a respiração e numa fração de minuto soltou-a lentamente.

- livro perigoso? Não acho não! Nem o incidente do play boy que atirou nas pessoas no cinema assistindo a versão cinematográfica um tempo atrás me faz pensar assim, perigoso. Ele poderia ter feito isso assistindo... sei lá... qualquer merda estadunidense. O cara era um reprimido, só queria chamar atenção à maneira psicopata dele. Na verdade acho este livro perigoso para o sistema e as religiões. Um cara que segue cambaleando na crença em Deus ou no sistema social e lê um livro como esse, tem grandes chances de se desvirtuar. Mas na verdade acho que todo mundo tinha que passar por isso, uma desvirtuação. Somente assim o indivíduo cria a sua própria fé, religião, Deus e existência. Como diz o compositor “minha cabeça é tudo aquilo que me ensinaram a ser, por isso mesmo não acredito nela. Sou mais eu”. Já faz algum tempo que eu não acredito em nada, quer dizer, nessas coisas de céu, inferno... desvirtuei-me por completo dessas crenças. Creio apenas nesta existência infinita que é a vida.

Acredito que fazemos parte de uma grande fábrica global, onde todos os seres vivos estão de alguma forma interligados num grande sistema. Quando uma pessoa morre, ela retorna a esse sistema global novamente em forma de substâncias orgânicas e inorgânicas. Por exemplo, a água que estava no indivíduo retorna ao lençol freático e toda a matéria orgânica que estava nele, servirá de alimento a decompositores e principalmente de fertilizante aos vegetais que serão ingeridos por outros seres, inclusive nós. Portanto, de certa forma, quando ingerimos outros seres vivos estamos ingerindo aquilo que já pensou ou não. Por isso comparo a vida a uma grande fábrica. Um dia desses, pensando com os meus botões, querendo achar uma explicação para a criação do universo, pensei num imperador que controlasse tudo menos este planeta. Aqui o controle havia sido tomado por rebeldes que não concordavam mais com as idéias do ditador. Então os subversivos tomaram o poder do planeta e proferiram o que é chamado hoje de maldade. Já ouvi uma lenda chinesa que diz que os demônios foram aqueles que experimentaram a maldade na sua plenitude e seguiram perpetuando-a através dos séculos. Acho que esse “criador” não fez a criação, mas sim a criação deu-se por si só, num fenômeno que se formou entre milhares de anos. Quanto ao criador, que o chamo de fenômeno, ele pouco se importa com isso de bem ou mal, beleza ou feiúra, fome ou fartura, pobreza ou riqueza. Nem faz idéia. Afinal... idéias são coisas de seres humanos. Ele preocupa-se apenas em fornecer à vida, transforma-la em condição orgânica de existência. Gera-la em qualquer situação, tempo ou circunstância. Então essa vida autótrofa* ou heterótrofa* harmoniza-se com o paraíso - seu habitat. Acho que preocupação do criador é somente com isso, a hegemonia e a integração da vida seja ela como for com o seu paraíso. Quando isso não acontece, a natureza dá a resposta em forma de caos. Mas na verdade eu to mais pra não acreditar em nada! E você?

- Caramba... é o que mesmo???

- Ai meu Deus... Passa a bola aí que é minha vez.


*Autótrofos – seres capazes de produzir seu próprio alimento. Ex. vegetais.
*Heterótrofos – seres que não produzem seu próprio alimento. Ex. animais.


Bsb 04 de setembro de 2002.
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