Nasceste na aurora sem dia,
esfinge travestida e sorumbática,
palavra translúcida que se balbucia...
a tez ousada,pálida, mas apática.
Ris e tudo transformas,
qual varinha vibratória
Nas asas das "palomas"
escreves a tua trajectória.
Qual greta garbosa,
impúdica de raíz,
beleza de fresca rosa,
implacável meretriz.
Espelhinho seminu
devolve-me o segredo:
diz-me quem és tu,
torna-me menos ledo.
Convoco a madrugada,
o teu perfume quero desvendar.
Mas, a aurora amuada
manda-me calar!
Impúdica garbosa,
bonina e viçosa
transtornas-me o meu ser.
Não sejas maldosa,
faz-me em ti adormecer!
Elvira:) |