Quando te abracei
senti um gélido estremecer,
o olhar amarelecer
e aí,constatei
que te ia perder...
chorei!
Na alvura do que foste
na candura do realejo
esforcei-me por não ver...
Agarrei-te a cintura,
aqueci a tua boca,
mortífera de mim...
e com toda a desenvoltura
esmaguei o teu sim...
Acendalha apagada,
furibunda dos ciprestes,
minha eterna amada,
porque tens gestos tão agrestes?
Repeliste meu questionar
pelo ósculo, ao de leve,
que fizeste por trocar
e até disfarçar...
Magoei-me,
nem sentiste...
pelo que me pediste...
Tempo para libertinar,
sonhos para concretizar,
amor e ósculos quentes
para partilhar,
com o mundo
que nos pôs de costas viradas...
senti-me um vagabundo,
nauseabundo,
por perder
a única mulher
que faz de mim o que quer!
Observo o teu cantarolar...
roo-me de inveja
quero-te amar, amar...
nem que por um minuto seja!
Não me digas adeus...
Estou à beira´mágoa,
maldição
Ajuda-me, Deus!
Minha amada
deitou fora meu coração,
porque preferiu a razão
ao dar-me o ósculo
da libertação!
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