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Contos-->Sábado de Aleluia -- 02/02/2004 - 17:29 ( Alberto Amoêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A semana santa estava meio chuvosa, como se apesar do domingo de ramos, o tempo pressageasse a dor de Jesus e começasse a sensibilizar o povo.Mas naquele dia das três horas de agonia, pela mamhã, o sol levantou meio quieto, meio obidiente.Eu e minha irmã acordamos como de costume em qualquer fazenda do interior, muito embora o silêncio andasse de conversa com a brisa até certa hora. E mamãe, ao pé da mesa do café a nos alertar da representatividade do dia.
Aparentemente todos em casa, estavam em paz consigo e com os costumes religiosos. Ninguém fazia nada...não brincavam, não sorriam, não pulavam, não faziam barulho, não lavavam, não passavam e nem varriam.O peixe estava pronto de um dia para o outro, como em toda a semana.
Almoçamos, e logo depois, a vovó e o vovô foram à capela, acompanhar as três horas de agonia rezando o terço.Eu e minha irmã ficamos sob a tutela da tia Mundica,da tia Graça e da promessa de não arredarmos o pé do casarão.
Nossa mãe se preparava para ir com o papai, nessa hora quase todos os adultos iam.A capela ficava lotada, nós fomos uma vez, mas dormimos, acordamos e emperreamos, tanto, que papai decretou que só iriamos outra vez, quando estivessemos maiores.
Cansada de ficar em casa, a mana começou a se agoniar. Tanto que só sossegou quando ateou uma cadeira a janela e ficou a olhar para o pomar, enquanto ela estava lá eu quieta estava na rede ateada pela tia que baixinho contava-me histórias.
Acho que foi nessa hora que nho Francisco cavando sob o cajueiro, retirou de lá algo que deixou a mana curiosa.Tão curiosa, que mal a mamãe deu as costas e ela se dirigiu para o quarto, dizendo que ia deitar e saiu de mansinho pela janela lateral, que dava de acesso a uma pequena goiabeira até o chão.
Eu desconfiada, fiz que dormir, e as tias dormiram primeiro que eu. Ai me larguei de mansinho e segui para o quarto, que a danada nem se quer se preocupou em trancar por dentro.
Fui até a janela lateral e ´vi os galhos amassados, mais que depressa desci e no meio da árvore vi a danada, parecendo uma catitinha correr pelo pomar a fora e se esconder atrás do velho cajueiro.
Morrendo de medo de ser descoberta fui me aproximando do pomar e quando cheguei perto da mana, ela estava possuida.
Havia um imenso garrafão destampado, parecendo suco de taperebá forte, a derramar devagar, e um buraco enorme no solo, rolhas para um lado e Marília rindo a toa, sem caber em pé.
Meu Deus ela estava possuida ou estava porre? Essa era a pergunta em minha cabeça, que preferia acreditar na primira hipotese.
Já passando as três horas de agonia, vovó vinha que vinha, e sem querer de longe nos viu. Eu lutando com a mana para leva-la ao casarão e ela lutando comigo dizendo que não.
Vovô, disse logo: -Essa menina está bebeda.
-Se a mãe dela a ver desse jeito nem sei!
Luísa vá chamar nhô Francisco!
Corri e encontrei nhô Francisco já vindo do igarapé, mais que depressa levou a Marília e banhou, enquanto tia Mundica trazia um café forte, mas foi nesa hora que a mamãe viu aquela arrumação e enfurecida, não contou conversa. Deu uma surra na Marília, que só fazia rir.
Papai e vovô quando viram que o sábado de aleluia caira naquela sexta-feira de agonia, correram para salvar a danada da Marília, que não escapara de umas boas chibatadas.
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