Peru, Costa Rica e Uruguai apresentaram conjuntamente um projeto de resolução sobre Cuba, ante a Comissão de Direitos Humanos da ONU, reunida em Genebra. A resolução expressa sua satisfação pela nomeação, no ano passado, de uma representante especial do Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU, e pede ao regime de Fidel Castro que coopere com ela, segundo fontes da Comissão. Todavia, o ministro de Assuntos Exteriores do regime totalitário de Fidel Castro em Cuba, Felipe Pérez Roque, declarou hoje em entrevista coletiva à imprensa, em Genebra, que “nenhum país da América Latina nem do Norte, nem nenhum outro do mundo, tem autoridade moral para julgar Cuba, em matéria de direitos humanos”.
Pérez Roque assegurou que seu país não colaboraria com o mandato da resolução apresentada no ano passado, que propunha o envio à ilha de uma representante do Alto Comissariado de Direitos Humanos, a magistrada francesa Christine Chanet, contra a qual disse não ter pessoalmente nada. Fidel Castro não tem permitido durante seus 44 anos no poder, a visita de membros da Cruz Vermelha Internacional ou da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas. Reiteradamente o líder caribenho tem insistido que “Cuba não permitirá que ninguém venha investigar, revisar ou comprovar nada”.
Obs. A magistrada francesa esteve recentemente na ilha, um pouco antes de começarem as reuniões de Genebra, mas foi impedida pela polícia política de entrar no país. Dias depois, começou a repressão contra os defensores dos direitos humanos e jornalistas independentes. Dos 95 perseguidos, 12 já foram liberados, e não chega a cinco o número dos que já foram julgados e cumprem pena com condenação firmada. Essa é apenas uma das razões para que o Fidel Castro não permita a presença de nenhuma pessoa estranha às suas relações, em Cuba. (Graça Salgueiro)
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