agora, que te conheço direito e sei da tua alma,
podemos brincar de esconder.
mostro-te a faca, o corte, o clarão e o poema.
empurro-te no abismo de mar gelado e vou embora
para ver se sobrevives.
entendo de oceanos revoltos e tempestades
e quando adentro, sempre afundo.
não sei fazer as coisas pela metade.
mas devo reconhecer: essa claridade me assombra,
obrigando-me ao ataque,
porque preciso esvaziar-me de mim e não consigo.
agora, deixo-te nas mãos todas as possibilidades,
para que não possas mais jogar-me no olho do furacão.
então, é minha vez: veremos se tu voltas à superfície.
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