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Contos-->O Amor que se Passou -- 27/11/2003 - 10:05 ( Alberto Amoêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Numa tarde tão linda de sol, o mar debatia-se na sua insensatez comtra os rochedos a beira da praia, enquanto numa colina viçosa, onde se escondia uma simples casa nascia de uma breve chuva com a terra molhada, margarida. Tão bela quanto as rosas cultivadas no jardim daquela casa.
Margarida não perfumava, mas na sua simplicidade bailava a beira de um velho riacho, onde quem por lá passava se agraciava daquela flor tão radiante nascer ali.
Certo dia, o príncipe do ar, sr. Beija-flor, que já havia formado compromisso com as rosas, foi passear pela campina, viu a flor menina e logo, se apaixonou. Então a partir daí, por lá todos os dias passava, e passava...e amava aquela flor.
As rosas disciplinadas e altivas sentiram falta e questionaram com a brisa, sobre o seu Beija-flor.
A brisa que tudo vê e nada esconde, tão sincera respondeu, que o Beija-flor estava às voltas com a Margarida.
O silêncio foi moldais, a agonia revolveu a paz e elas responderam em tom audaz:
- Uma amante! Nós é quem somos as preferidas, as mais belas e vívidas, e ele se engraçou de uma qualquer!
Como toda flor tem pouco tempo de vida, Margarida tocada pelos versos de seu príncipe destilava o seu mel no sereno de cada noite escura, recepcionando o seu amor, para que ele levasse em seu corpo um pouco dela, a fim de fecundar na terra uma descendente.
Amante diziam as rosas, injuriadas, tocadas pelo ciúme, pelo ódio e o negrume da solidão.
Amante dizia as rosas ao Besouro,
Amante dizia as rosas as Borboletas,
Amante dizia as rosas as Abelhas,
Amante dizia as rosas...as Joaninhas e aos Vaga-lumes.
Dia-a dia a intriga persistia.
Acontece que o Beija-Flor não se abatia, a Margarida não se importava..só queria sentir o amor. E tão enamorado ficou o Beija-flor que não conseguia mais enxergar a efemeridade...
As rosas morriam e nasciam,
As borboletas nasciam e morriam,
Os besouros morriam e nasciam,
As abelhas nasciam e morriam,
As joaninhas e os vaga-lumes morriam e nasciam.
Chovia e fazia sol.
A notícia do amor do Beija—flor e da Margarida, naquele natal no tempo corria, parecia eterno.
Por todo o bosque não havia quem não soubesse daquele sentimento, tudo foi contagiado. Ainda que houvesse a intriga, ainda que houvesse as regras sociais, ainda que os céus pecados sentenciassem, aquele amor vencia.
Tanto se falou, tanto se criticou, tanto se acostumou, como tantos se ofenderam.
No final de sete dias, pediu conta a sorte. O vento que veio do norte encontrou bem cedo, deitada sob um divã de pedras mosqueadas, aquela bela e simples Margarida apaixonada, estava inerte a lágrima de orvalho ainda nem secara, era o fim. O drama agora era dizer ao Beija-flor.
Que horror diziam todos que se aproximavam, até as rosas acostumadas, lamentaram a morte da flor.
Quando de repente, de um pálido e envolvente ar, sai dentre os raios e galhos de árvores o amante esperado...o Beija-flor dizendo em prantos:
- Meu amor! Meu amor! Por que morte ceifaste do colo da vida essa flor que tanto pregou o amor? Essa flor que tanto me amou?
Ao invés da morte, o silêncio veio outra vez e trouxe aos corações sensibilizados o alívio imediato, desentrelaçando a dor dos transeuntes em prantos firmados.
Lá no alto do galho seco, de um velho ypê o Beija-flor chorou sua ferida de amor até a morte impiedosa, cansada de tantos lamentos, enfim o aconselhar e o levou embora.
Quando a normalidade parecia voltar aos braços do bosque, uma linda e simples flor nascia, ainda sem nome, bem abaixo do velho ypê.
Já diziam alguns desconhecidos, admirados, que nem sabiam da história que se passou:: Oh que bela Margarida!
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