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Uma nova mulher!
Ela aparece silenciosa,
quase, quase inaudível.
Meio chorosa, sensível,
conta de saga dolorosa.
Uma mulher surgiu no meu caminho numa fria noite de inverno. Não era senhora mulher, como aquela que é papel de parede do meu computador. Desta não preciso descrever a beleza física angelical; daquela preciso mostrar os traços riscados pelos desencantos recorrentes em seu rosto sofrido, escondido atrás da tela do chat. Porém, cada linha, inevitável, marcada com profunda dor, era sinal indelével de que dera mais um passo para trás, cedendo terreno pela enésima vez, para sufocar conflitos, como descreveu superficialmente. Foi cena triste.
Nada mais disse. Pediu-me que escrevesse sobre ela e sua saga. E se calou... O tom melancólico de sua fala, cansada e desanimada, expressara significado maior do que suas pouquíssimas palavras. Fiquei sensibilizado! Passara a vida caindo, submissa, mas, agora, queria erguer-se, pôr-se de pé, verticalmente postada física e psicologicamente. Do zero, preparava-se para alcançar o topo. Não me pareceu com forças suficientes. Mas, no fundo, bem no fundo, vontade não lhe faltava; sobrava-lhe, ao contrário, o que era bom sinal.
Quando se quer, tudo se pode! Não houve tempo de pedir que fizesse brotar a fibra de mulher forte! Mas queria o texto por e-mail. Assim, tenho chance de advertir que seja firme em busca de seus propósitos, inquebrantável ao submeter-se às provas do cotidiano, inflexível ao enfrentar os adversários das mudanças, indispensáveis e inadiáveis! Chegou o momento da verdade verdadeira derrotar, sem sangue e nem traumas, a verdade do ingrato, dominador, opressor. Ela saberá que é livre, como pássaro que gorjeia, riscando, não seu rosto, mas os céus.
Amiga, voe, sensata, livre. Do alto, não abra o bico, evitando cantar. Concentre-se nas meninas dos olhos, para ver, de ponto elevado, o quanto é insignificante o bicho-homem rasteiro. Como fera, rugindo, talvez nunca experimente as angústias que lhe impôs, mas piores: as da fera ferida! Pairando, voejando, a nova mulher não sentirá rancor, porque seu desejo é ser feliz! E felicidade só combina com sentimentos elevados. Nunca será papel de parede de PC, porque não se fotografa o interior. Mas, se fosse possível, seria o xodó da rede!
Quem? De onde veio? Mas é lindíssima! A estranha
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