Usina de Letras
Usina de Letras
120 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62231 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22537)

Discursos (3239)

Ensaios - (10367)

Erótico (13570)

Frases (50629)

Humor (20031)

Infantil (5434)

Infanto Juvenil (4768)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140805)

Redação (3306)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6190)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Teses_Monologos-->DE LEITORES E NÃO-LEITORES -- 09/05/2001 - 12:44 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
É preciso que haja autores e livros. A sociedade o exige. Mas não significa que eles devam ser lidos.

Daí, as leituras obrigatórias nas escolas e nas faculdades, essa aporrinhação. Daí, os livros que caem nos vestibulares, esse outro engodo. Daí, essa visão tacanha, da literatura como sendo apenas uma disciplina escolar ou acadêmica.

Em "A tarde do escritor", obra fantástica do austríaco Peter Handke, o personagem-autor, terminado o trabalho do dia, caminha pelo calçadão de Salzburgo. Assusta-se com a aproximação de um grupo de colegiais. Teme que tenha chegado a sua hora. Colegiais que, na certa, o terão tido como leitura obrigatória na escola. E, com razão, o odeiam.

Uma categoria tão numerosa e tão negligenciada nas considerações acerca do fato literário: a dos não-leitores. Sim, eles existem.

Num site literário, é o que proponho, uma nova categoria: a dos autores/leitores.

Existe aquele adágio popular: "Escreveu, não leu, o pau comeu." Todo mundo se lembra.

Aos fatos: tem muita gente escrevendo.

Pois é. E o pau também está comendo. (Esta frase, eu sei, pode ser mais lenha na fogueira da escatologia. Por si só, já garantiria o sucesso do texto em eróticos .)

Uma categoria muito numerosa para ser negligenciada: a dos não-leitores.

Eles fazem a fortuna dos editores e autores de best-sellers. O termo inglês está dizendo: os mais vendidos. O que não significa que tanta gente os leia.

No usina , penso comigo, sabemos quantos acessaram o texto que publicamos. Jamais teremos a noção exata de quantos o terão lido realmente.
Saber "como" o terão lido, já não seria exatamente conveniente e aconselhável.

Para o escritor Uilcon Pereira, dois ou três leitores já era a felicidade.

Em tempo: acabo de me deparar com um cartaz que anuncia: "Diagnóstico e Tratamento dos Problemas da Leitura e da Escrita".

Pergunto: será que vamos mesmo tentar sair do nosso semi-analfabetismo?

Depois da filosofia clínica, eu mesmo já gastei saliva por uma "Teoria Literária C(l)ínica".

A nossa endêmica inaptidão para a leitura e para a escrita, finalmente, parece agora com os dias contados.

Se o leitor chegou até aqui comigo, terá feito a sua parte, no sentido de negar a existência dessa categoria acima afirmada. Mas, quantos o farão? E como sabê-lo. Ah, sim. Tem um jeito: o leitor pode publicar o resultado da sua leitura.

O termo não-leitores não é invenção minha. É do escritor suíço Peter Bichsel, sobre quem tenho dois textos recentemente publicados no site: "Literatura: uma arte para sentimentais" e "Narrar: o maior de todos os inventos humanos".

Volto ao tema e a Peter Bichsel depois de ter lido as leituras dos leitores.

Ou: depois de não ter lido as não-leituras dos não-leitores.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui