Às vezes precisamos olhar para o céu para saber que lá existe o sol, as estrelas, a lua, as nuvens e que estamos vivos a viver sob ele e com um amontoado de coisas que precisam ser dirimidas para nos trazer alegrias...
Às vezes é preciso olhar para o chão em que caminhamos para percebermos sobre o que pisamos e se não causaremos transtornos para os que estão no mesmo rumo ou que porventura atravessam nossos destinos...
Às vezes é preciso ver tantas coisas para saber que elas são importantes ou até insignificantes... que até os passos somam-se aos outros e nos levam a algum lugar ou até nos aprofundam no precipício que escavamos com as dores existenciais.
Às vezes dizer a alguém que a amamos machuca a garganta, mas é preciso falar porque talvez essa seja a única oportunidade ou mesmo para falar que não a amamos... o que mais importa é falar. Sermos verdadeiros com o coração em chamas ou em calmaria para não queimar ou causar a lentidão daqueles que se acomodam dentro da gente numa eterna letargia.
Às vezes conviver com a dor resultante da saudade risca os olhos causando o pranto... mas chorar também é preciso... quem sabe assim alguém escorre face abaixo e alivia o coração ou confirma-se mais ainda, alojando-se para sempre.
Às vezes o menor gesto, o simples olhar no momento certo é o fundamental para não fenecer o sorriso, para não aniquilar o abraço e não quedar o sonho de uma vida idealizada.
Às vezes somos tão pequenos diante do infinito que fraquejamos e nos pomos a reclamar... às vezes, porque somos humanos e sentimos o toque do coração nos dando mais um dia de vida.
Às vezes ... sempre, sentimos falta de alguém que amamos.