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Contos-->O AMOR DE AMADO SERAFIM -- 30/10/2003 - 10:46 (Caixa do Pregão) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Serafim mora num prédio modesto de cinco andares, que tem vista para uma avenida que segue para outra cidade. Seu quarto é pequeno e tem uma janela que da para o nascente. Como a maioria dos solteiros ele é desorganizado. Roupas sujas misturadas com roupas limpas, louças a lavar, cama a fazer etc.


Seus vizinhos costumam ser frios. Quando muito dão bom dia. Serafim diz que deseja parar de fumar porque todos os dias sobe e desce aproximadamente cem degraus. Também o desempenho sexual piora a cada nova carteira de cigarros. Realmente é um bom motivo, pois, uma amante que se preze gosta de homem vigoroso que a faça sentir prazer e paradoxalmente dor.


Serafim diz que o amor é a ideologia do sexo. Diz ainda que o amor é um sentimento fantasiado pelas pessoas para se justificar o desejo de transar sem que haja encargo de consciência. O amor é o motivo pelo qual os alienados precisam pra fazer sexo sem peso. O amor é uma doença emocional. Ainda mais, é uma fantasia que porquanto o capital for deus, será imortal. O amor é consumista e gera capital. Data disso, dia daquilo. Presentes e mais presentes. Quem é que quer o fim do amor? Empresários? Políticos? Religiosos? A lei? Crimes são justificados pelo amor, almas são aprisionadas pelo amor, pessoas são manipuladas pelo amor e o comércio se beneficia do amor. No fim das contas, tudo é amor. Tudo é uma fantasia. E para Serafim, o amor é uma doença.


Serafim diz que a frieza do amor não compete com a fervura de seu coração. Serafim é gentil e romântico. É bom companheiro e cozinha bem. Tem boa aparência e remuneração, além do que, sabe como agradar uma mulher. Manda flores, dá presentes, não fantasia o sexo, faz por desejo e por sacanagem. Faz sexo por prazer, como se fosse meramente animal. Faz com e sem camizinha.


Amado Serafim tem uma doença incurável e usa calmantes para dormir. Gosta de arte e sonha em se curar. Mas sabe que será difícil. Doenças, principalmente as incuráveis, também geram capital; e é muito melhor, interessante e vantajoso para o amor serem desenvolvidos produtos estéticos e cosméticos do que a cura de doenças incuráveis. Mas Serafim acredita e tem fé. Serafim transita pelas ruas e deseja a mulher ideal. Sonha com a vitória e permanece na fantasia que lhe ampara nos braços das amantes e na inevitável desventura deste que lhe é o amor.


Bsb, 30 de julho de 2002. (revisado em 6.12.2006)
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