AMOR SEM TEMPO
(Um poema de 1983:
- aos quarenta anos – para Simone, de 15.
- aos sessenta e seis anos - para Audrey, de 18.)
Garota,
soubeste curtir meu verso.
Fiquei contente.
Vi, de repente, que não deixei
o amor em mim envelhecer.
O coração permanece adolescente!
Certamente,
no teu jovem coração
vibra o mesmo sentimento,
a mesma ânsia de dar,
a mesma antiga carência
que no meu.
Acalentas, com certeza,
os mesmos sonhos matreiros,
as mesmas crenças teimosas
e as mesmas esperanças
que eu.
Tão bom, garota,
saber que sentes
meus encantos,
desencantos,
meus enganos,
desenganos,
meu eu vivido
e meus planos.
Tão bom, garota,
poder falar de perto
- na linguagem de amor de um coração sofrido –
dos meus quarenta
aos teus quinze anos.
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