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Erotico-->2. O MEU PRIMEIRO CONTATO COM O ESPIRITISMO -- 24/06/2003 - 09:51 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Depois de alguns anos de vida conjugal, sentimos necessidade de firmar os dons da religiosidade, tendo em vista que era preciso orientar as crianças para Deus.

As primeiras preces nós transmitimos e eu gostava de ouvir o mais novo reproduzir as sérias palavras que o mais velho ia recitando, compenetrado de que o seu anjo de guarda estava ali juntinho, para estender o manto de amor que recebera de Jesus.

Mas nós mesmos, Ana e eu, não sabíamos muita coisa mais, além de ir à missa ou ao culto noturno, confessando, às vezes, os pecadilhos da jornada, porque julgávamos que os atos de rebeldia contra o Senhor se resumiam em pequenas ofensas ao próximo.

Um dia, estando a conversar com meus irmãos, durante um almoço em família, num feriado de meio de semana, tivemos o seguinte diálogo.

Raul foi quem iniciou:

— Sabem onde estivemos ontem? Num centro espírita, para ouvir a palestra de um sujeito que foi procurar casa na imobiliária. Fui com o interesse da venda e lucrei com as informações do conferencista.

Luís, meu irmão do meio, ironizou:

— Aposto como você achou tudo uma beleza, principalmente a hora em que os espíritos apareceram pra contar como foi que morreram.

Minha cunhada, Maria, esposa de Luís, correu em auxílio mais da idéia do que de Raul:

— Pois eu acho que a gente deve respeitar os mortos e também as pessoas que acreditam que falam com eles.

Luís observou:

— Lá vem minha mulher defender as amigas...

Foi a vez de Odete, mulher de Raul, intervir:

— Alto lá! “Stop”! Eu também fui e não vi nada dessas coisas que você está dizendo.

Foi a vez de Ana perguntar:

— Onde é mesmo que vocês foram?

Raul respondeu:

— Ao Centro Espírita “Coração Amoroso de Jesus”. Fica na Lapa.

Aí, a minha curiosidade já tinha sido espicaçada:

— Você falou que ouviu uma conferência?

— Sim, a respeito da vida e da morte.

Luís tentou gracejar:

— Quando os vivos se encontram com as almas do outro mundo...

Mas Raul não gostou:

— Tudo lá foi exposto com muita seriedade. O meu cliente sabia do que tratava. Ele falou que os espíritos são as almas das pessoas que morreram.

— Morreu, acabou — insistiu Luís, mas foi vaiado pelos outros.

— Pois aí é que está o engano! — acrescentou Raul. — Se a gente pensa que o que existe é só matéria...

— Quem foi que disse que eu disse que é só matéria?! — quis protestar o intrigante, mas não lhe deram chance de ir mais longe.

Logo, Ana estava com nova questão:

— Tinha muita gente?

Foi Odete quem esclareceu:

— Não havia nenhum lugar vago, mas o salão era pequeno. Tinha umas sessenta, setenta pessoas.

— Estava cheio — definiu Raul, desejando continuar a exposição. — Na verdade, todas as religiões dizem que as pessoas, depois que morrem, vão para o céu ou para o inferno...

Luís não perdeu a oportunidade:

— Não se esqueça do purgatório...

Raul, porém, parecia estar preparado:

— O purgatório é aqui mesmo na Terra. Foi isto que o Rodolfo (esse é o nome do meu cliente) explicou. Ele falou que um tal de Allan Kardec ou Professor Rivail, não sei bem quem foi...

Odete foi obrigada a interromper:

— Allan Kardec é o pseudônimo do Professor Rivail. Foi o que eu entendi.

— Talvez seja isso mesmo — prosseguiu Raul. — O fato é que o purgatório foi uma invenção da Igreja Católica, tanto que os protestantes são assim chamados porque não aceitaram essa região de sofrimentos e começaram a seguir a doutrina de Lutero e de Calvino.

Dessa vez fui eu quem pus a minha colher de pau na panela:

— Não vai me dizer que tudo isso você trouxe dessa palestra! Parece que o homenzinho foi muito eficiente...

Odete não perdeu a vaza:

— Na terça-feira que vem tem mais. Se vocês quiserem ir, nós passamos aqui. Aliás, o convite serve também pra Maria e pro Luís.

Foi Maria quem ponderou:

— E onde vamos deixar as crianças?

— Até parece que você não sabe. A tia Eulália gosta de tomar conta delas.

Ana, contudo, continuou na sua linha:

— O que é preciso fazer pra conseguir um convite? Será que teremos onde sentar? Eu não gosto de ficar muito tempo de pé.

A partir daí, a conversa girou em torno das providências que deveriam ser tomadas e o assunto acabou morrendo.

Na terça-feira, todos nós, menos Luís, estávamos numa das últimas fileiras do saguão onde se desferiria a exposição sobre o tema “O que é a mediunidade?, pelo Irmão Rodolfo”, conforme se lia na lousa, atrás da mesa sobre o pequeno estrado.

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