Usina de Letras
Usina de Letras
158 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62268 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10450)

Cronicas (22539)

Discursos (3239)

Ensaios - (10379)

Erótico (13571)

Frases (50658)

Humor (20039)

Infantil (5450)

Infanto Juvenil (4776)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140816)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6203)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->Fiado bem comprado -- 29/06/2002 - 17:53 (Anderson O. de Paula) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Machado de Assis já dizia, em Esaú e Jacó, que o olho do homem serve de fotografia ao invisível.



Não sei até que ponto essa máxima "machadiana", se é que pode ser considerada assim, é procedente ou não, o caso é que ela se fez verdadeira.



Ora, quem mora em São Paulo - terra de encantos e desencantos mil - ou em volta e meia vê pessoas vendendo doces e toda sorte de bugigangas nos

semáforos e esquinas da vida.



Ele dirigia seu carro e ia pelo mesmo caminho que eu. Paramos emparelhados no semáforo, onde havia um homem numa cadeira de rodas prestes a nos dar

uma lição, e das mais dignas.



Eu não comprei as balas, nem as outras bugigangas que me foram oferecidas, a propósito são raras as vezes que compro alguma coisa no farol. As vezes

que fiz isso foi mais por compaixão do que por vontade de consumir o tal produto. Tenho comigo que muitos, uma grande maioria, faz o mesmo.



E ele abriu o vidro e estendeu uma nota de dez reais. O vendedor notou a mão estendida e foi prestar seus serviços - forçando os braços para mover a cadeira - no corredor da avenida deixado por tantos carros.



O dono do carro deu o dinheiro e disse que não queria as balas.



O vendedor disse: "Estará ajudando mais se pagar 1 real pela mercadoria"



Mas não quero as balas?



"Obrigado por sua ajuda, mas o senhor precisa entender que eu estou trabalhando. Se quer ajudar compre meu produto".



O dono do carro cedeu: "Tá bom, quero comprar"



"O senhor não tem trocado? Não tenho troco para dez?"



"Não, eu não tenho"



"Então pode levar: depois o senhor passa aí e paga"



Meus olhos fotografaram, como na frase de Machado, a alegria de quem sabe o que é necessário fazer para vencer.



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui