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Poesias-->Fome de lixo -- 21/06/2004 - 22:29 (Sergio Marcondes Cesar de Araujo Lopes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Moço, não me bata, não me expulse. Me deixe.;

Isso não é seu. É lixo. E tem até peixe.;

Estou com frio, com sede e com fome.;

É até covardia fazer isso com quem não come.



Seu freguês não quer me ver.;

Acho que estrago o seu paladar.;

Ele acha que não sou um ser.;

Sou só algo que faz ele vomitar.



Eu como lixo, por ele ninguém cobra.;

Vivo como bicho, vivo do que sobra.



Fale para ele não me olhar, ou vire ele de costas.;

Ele come seu caviar, e eu como minha bosta.;

Que ela beba vinho, uma garrafa inteira,

Acabando aqui, vou atrás de uma torneira.



O lixo não é seu, você já jogou fora.;

Deixe-me jantar, e logo vou embora.;

Como, e você nunca mais vai me ver.;

Não me obrigue ao extremo, de matar para comer.



Eu como lixo, por ele ninguém cobra.;

Vivo como bicho, vivo do que sobra.



Diga ao chefe que saio jajá,

Que sou um mendigo obediente.;

Você não quer que eu entre lá,

e contamine o ambiente.



Mais um naco de pão e me vou,

Carne podre e pão velho me são alimento.;

Aliás, se eu não fosse o que sou,

deixar-lhe-ia os dez por cento.



Eu como lixo, por ele ninguém cobra.;

Vivo como bicho, vivo do que sobra.



Meu cheiro te perturba, te enoja?

Minha benção é ele não sentir.;

Nojo tenho eu, desta corja,

que me priva do direito de existir.



Batalho direto, contra todos e contra tudo.;

Minha vida é algo indecente.;

Se me dessem a chance do estudo,

fácil, fácil, chegaria a presidente.



Jantei, comi bem e estou contente.;

Nunca se esqueça disso que lhe digo.;

Você, seu chefe e seu cliente.;

Vivam vocês com o desprezo do mendigo.



Eu como lixo, por ele ninguém cobra.;

Vivo como bicho, vivo do que sobra.;

Não vivo como quero, só como você deixar.;

Não consigo ser, consigo apenas estar.







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