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Poesias-->Enquanto Não Chegas - Fernanda Guimarães & J.B. Xavier -- 20/06/2004 - 09:55 (J. B. Xavier) |
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Enquanto Não Chegas
Fernanda Guimarães & J.B. Xavier
Enquanto não chegas
Há um vislumbre do teu olhar
Brilhando para além de mim,
Uma silente confissão,
Uma chama tímida, que cresce
Revolve-se e se transforma
Nessas labaredas de paixão!
Há um sorriso em busca de liberdade,
Uma quietude que encerra todos os meus turbilhões,
E nele meu sonho deixa-se adormecer
Nesse silêncio contido que se derrama,
Enquanto despe minha alma
Expondo a pira da nudez de minhas intenções
Onde queimam os incensos de meus anseios...
Há tanto por ser dito...
Mas apenas afago a tua ausência,
Sentindo-te na fluidez dessa saudade,
E ainda que não te possa ver
Toco levemente o murmúrio do meu sonho
Com a suavidade do beijo
Que deixa teu nome em meus lábios...
Não há outro caminho a seguir,
Nem qualquer outro destino
Quando te encontro em meu olhar...
Restam-me os grilhões da lembrança
Em que me aprisionaste,
Onde me encerras
Quando te aconchegas em forma de saudade...
Então se calam todas as palavras inúteis,
Todos os brados deste amor
Que te denunciam em meu olhar.
Abraça-me uma lágrima silenciosa
Que me envolve, à espera de tua vinda...
Ah! É o teu peito paisagem distante,
Cenário das minhas mais secretas descobertas,
Regaço de doçura no mar revolto dos meus dias...
É teu o perfume que sinto
Quando a brisa afaga-me a pele,
Brinca com meus cabelos
E descerra todas as portas e janelas
Da mansão dessa febre que me domina...
Com que palavras, com que silêncios
Poderia te trazer para além do pensamento?
Com quais novas expectativas terei que conviver
Quando adentro a este sonho em que te transformaste,
Quando em teu universo
Também te resgatas em meu olhar,
E nossos mundos se pertencem por mágicos instantes?
Como amainar a tormenta da espera que me habita,
Se amo essa terrível tempestade?
Como abrandar essa alegria que me faz chorar,
Essa tristeza que me arranca sorrisos de felicidade,
Se minhas mãos escrevem-te em carícias
E soletram entre silêncios meus dias sem memória
Onde a vida goteja distraída
Por te manter assim, tão distante de mim?
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