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Contos-->Quem trabalha, nem sempre alcança -- 02/10/2003 - 19:59 ( Alberto Amoêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Pedro Simão, analfabeto, pouco afortunado,mas de muita garra. Depois de vinte e oito anos de trabalho, numa revenda de tabaco, ficou desempregado.
Sem saber ao certo o que significava, obedeceu religiosamente o aviso, onde no final recebeu em torno de cinco mil reais. Pra situação que ele atravessava,cinco mil reais, era cinco mil reais de agradecimento a Deus,de felicidades, risos e gargalhadas a mostrar aqueles dentes portiços de ouro, assinou a sua saída,com o polegar melado, em azul, sem desconfiar que sua carteira nunca foi assinada.
Foi pra casa, pagou os fiados da taberna do Sr. Rodrigues, pegou a sua mulher, três filhos,umas mudas de roupa, sementes de caju, acerola, pimenta do reino e foi pro interior, onde comprou um terreno.
Procurou um banco da cidade, conseguiu um empréstimo, fez contrato com um supermercado e de posse de um projeto plantou 5.404 pés de mamão, 200 pés de Caju, 100 pés de acerola e 2.000 pés de Pimenta do Reino.
Desfilou feliz nos botecos do interior, bateu footo como doutor. Andava sempre com o sorriso no rosto, enquanto a plantação crescia.
Quando chegou a época da colheita, a surpresa do fracasso foi a que mais encomodou. Só um pé de mamão vingou.
Todo endividado, entristecido e desesperado, por causa dos seus cobradores. Ele ouviu dizer...e se foi. Foi às Guianas, pro garimpo, em busca de ouro.
Em nove meses de garimpo, só o que arranjou foi umas cruzes da malária, umas boas febres, alhiada a fome que passou e a falta de cuidados.
Até que numa noite, cansado e morrendo de saudades,pensando em voltar adormeceu.
Na seguinte, de uma manhã ensolarada, tomou coragem e falou com o seu capataz, que compadecido, pela miséria de Simão, autorizou a sua viagem. Pedro Simão estava voltando pra casa com uma mão na frente e outra atrás.
Quando chegou,não mais sorria e a sua barba confundia-se com o rosto sujo e o cabelo mal cuidado.
D. Waneza, o abraçou e cercado por seus filhos viu que a riqueza maior estava no acochego do seu lar.
Com as lágrimas nos olhos pediu desculpas a todos.E foi ai que soube que os seus débitos a sua mulher pagou, pois nesse meio tempo trabalhou duro na terra, que lhe sobrou, após a hipoteca do terreno, que o banco tomou.
Alguém no antigo boteco perguntou o que ele arranjou na sua aventura e ele resmungou qualquer coisa como dor.
Parece até brincadeira, mas foi fazendo a barba, que ele finalmente viu o seu rosto diante do espelho e descobriu que o seu pivô de ouro, alguém no garimpo roubou.
Nem esboçou reação de raiva, apenas disse:Ué!Passei tanto tempo no garimpo procurando ouro,procurando a sorte perdida,e ainda tive os meus dentes roubados. Ainda bem,que me restou o meu amor.

Autoria feita em parceria com o Sr. Afonso Amoêdo.
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