Quisera ser uma pintora!
Ó como eu queria colocar numa tela caprichosamente o que vejo daqui.
Quase toda tarde posso assistir ao sol se pondo.
Um pór-do-sol mais lindo que o outro.
Neste de hoje há um tom de amarelo pastel e um outro de amarelo ouro numa nuvem que me lembra uma nave espacial.
Na sua parte superior há uma mistura de marrom com um outro tom de amarelo.
Na outra nuvem há um vermelho se misturando ao violeta e ao cinza azulado. Essa tem a forma de um golfinho.
Ao fundo vejo árvores. Eucaliptos.
Numa nuvem todinha dourada parece que há alguém esquiando.
À frente das árvores vejo a parte superior de uma residência.
Dá-me a impressão de que há um sótão nela.
Mais próximo de onde estou vejo belas residências.
Mas elas não mexem comigo.
O que me fascina é a linha do horizonte, as nuvens coloridas e este céu ganhando nuances tão diversos.
Tudo se modifica agora. Não há mais nada em vermelho. Também o dourado já cede seu lugar ao cinza.
A nave espacial se modifica lentamente.
Parece uma nuvem de pó que um ciclone levanta no ar.
Na nuvem que era toda dourada só há agora um leve tom alaranjado e o cinzento toma conta.
Bem no horizonte se misturam o cinza e o violeta. O resultado é uma nostálgica cor.
O manto da noite começa devagarinho a se estender sobre toda a natureza.
O sol já se foi, os últimos raios se despedem.
Uma leve brisa vem tocar meu rosto e me contar que é hora de me levantar daqui e cuidar da vida.
Mais um dia deixo para trás. Mais um dia aqui. Menos um no meu caminho.