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Cartas-->EPÍSTOLA 3 - UM RITUAL ESPECTRAL -- 08/03/2003 - 21:30 (COELHO DE MORAES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
EPÍSTOLA 3
Naquela noite chuvosa os escorpiões foram dormir mais cedo.
Um pouco antes de se iniciar o ritual chegou Tiago, descendente direto de Jesus, por parte de mãe, carregando algumas caixas, pregos, ataduras e atamoles. Estava completo o grupo sacerdotal da Sagrada Igreja do Triângulo de Quatro Pontas, mais conhecida como SIT-QP-lotes preferenciais, na bolsa de valores.
Não posso falar do ritual completo por dois motivos: um deles e mais importante é de que não me lembro mais como era. O segundo, que me parece óbvio, os componentes da Ordem do Triângulo poderiam não gostar, mesmo que eu não me lembre mais como se fazia. No entanto, não está aí o de mais importante, nesse negócio. Os rituais são similares.
A sacerdotisa bailarina dançou umas quadrilhas para abrir e limpar espaço. Não era à toa que ela estava munida de uma vassoura. Muito incenso foi queimado; algumas pessoas se retiraram por serem asmáticas, perdendo aquele acontecimento único na face da terra. Tiago, também conhecido como o Tiago de Campo Estrela, disse que o Caminho para Milagres seria aclamado da mesma forma que o outro Coelho havia feito com o caminho da Espanha, devidamente coberto, esquadrinhado e documentado pelo peregrino Peres.
Mas eu, o ainda OUTRO COELHO, observei que a energia rolava naquele templo e naquele tempo.
De repente, uma Sarabanda irrompeu, lenta e gradual, em ritmo de três, e a sacerdotisa bailarina, erguendo a mão deixou que a mão ficasse mais alta que ela mesma.
Getúlio Cardozo, cônscio de seus deveres, comeu o aipo ritualístico.
Leandra declamou uma poesia que nos emocionou e Isaías esparramou metade de seus gigabaites no chão onde Cecilia traçara - com giz espectral - uns desenhos da sabedoria wicca. Então Guilherme pegou sua gaita de foles e tocou uma melopéia de saudação. Alguns cavalos relincharam e Guilherme parou imediatamente. Joyce aproveitou para pingar algumas gotas de seu suor mágico e o ar fendeu-se, deixando transparecer uma outra dimensão. Josué, com um saco de fio tentou, inutilmente, captar as cargas das fagulhas e raios que chispavam da fenda fantasmagórica, enquanto Thábata, num pretérito do futuro perfeito, começou a me bater com seu chicote. É claro que eu pedi para que parasse pois aquilo doía.
Foi aí que percebi claramente... não muito claramente, por causa da fumaça - percebi que a escolha estava feita, apesar da tremenda discussão gerada nos bastidores.
O peregrino da Sagrada Igreja para o sagrado caminho era eu.
OUTRO COELHO, assim chamado.




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