O monstro que me assombrava
Trazendo na noite terror
Em vez de gritar apitava
Querendo assim assustar-me
Com seu arfar e chiados
Silvos... gritos de dor,
Seu corpo era de aço
Por dentro a alma... vapor,
Suas orelhas... janelas
E as rodas eram os pés,
Não respirava, assobrava...
Fumaça pelas chaminés
E, quando andava trazia
Tristeza e melancolia
Com seus ferros a balançar,
Arrastando-se nos dormentes
Deixando o menino tremente
Querendo com ele lutar.
Roberto Stavale©
Itanhaém/10/1994
Livro: " Manobras na Noite " |