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Contos-->Baile da Saudade -- 27/09/2003 - 17:33 (Rosario Câmara) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Antigamente lindos bailes eram feitos homenageando a Deusa, o Deus, os mortais, a vida!
Agora, depois de 250 anos, vejo a beleza dos bailes se desmancharem em sonhos esquecidos. Pudera eu resgatar tal glória arremessada na lama pela mão da nobreza.
Era a festa do povo. As danças, as histórias, os amores, todos possuíam a magia, o poder da cura, quiséramos nós, ter de volta o mágico, o presente deixado pela Deusa e a proteção do grande Baco. Quiséramos nós... Que saudade dos meus bailes.
Existe magia mais bela do que a da dança da sedução? Por Hera! É claro que não!
Lembro-me que certa vez estava eu a rodopiar pelo salão com o meu irmão, o coração, e avistei o Mistério, pois lá estava ele parado, estático apenas a observar o baile, mas assim que pus os olhos nele, ele parou e me fitou, os olhos negros que brilhavam como duas estrelas, olhos com um brilho tão intenso, eu nunca havia visto, mas também em outros nunca mais verei.
Como uma boa anfitriã, fui incorpora-lo a dança. Pedi, então, para o Coração levar-me ao outro lado do salão. Os risos e a energia vagavam por todo o universo. Corre, dessa maneira, um grito de felicidade por toda a alma triste que vagueia pelos céus.
O Mistério, como bom cavalheiro, aceitou a minha mão e começamos a rodopiar pelo salão. Seus olhos tão intensos... Suas mãos tão seguras... Charme e encanto com palavras doces e festivas.
-E então, senhor? Como foi sua viagem até o meu castelo?
-Minha querida Saudade! Antes de mais nada, você está bela... Senti sua falta. A viagem foi mágica, vim como Sorriso, e você sabe como ele é fantástico?
-Eu ainda não vi o Sorriso. Como ele está?
-Esses seus bailes... Sempre tão cheios e divertidos. Você consegue falar com todo mundo?
-Sim, nem que seja por um segundo.
-O Sorriso continua... Ahm!! Como falar...?? Encantador, como sempre.
-Vocês dois! Vocês nunca se separam, não é?
-Prefiro não me separar de outra pessoa... – E ele me sair rodopiando para que eu não pudesse lhe responder (Ou perguntar: O que será que ele quis dizer?). Ah! Esse Mistério! Cai nos braços do Consolo. Tudo é pura magia... O Consolo acalmou minha indignação, como o Mistério poderia ter feito aquilo comigo? Não o achei mais aquela noite... Só sei que não foi culpa da ilusão... Ela me garantiu!
O Baile foi tão lindo... A Diversão se esbanjou... O Choro até se distraiu e se calou... A Esperança, no seu vestido verde, estava linda, saiu de mãos dadas com o Amor. Foi o que me disseram... Perdi essa cena! Só a Discórdia ficou meio chateada, pois, não conseguiu nada. O ódio caiu nas armadilhas do perdão, dormiu no salão que nem criança...
O Suspense também procurou o Mistério, mas não teve mais sucesso que eu. Ele queria pregar umas peças... E Conseguiu pregar uma boa peça no Medo... Foi tão divertido... Eu e a Risada caímos na gargalhada... O Medo se pendurou no lustre por causa de um grito terrível que o Susto deu(Que estava escondido atrás da porta) quando ele passou. Tudo, é lógico, criado pelo Suspense, que tinha dito ao Medo que o estavam chamando no salão, o Medo perguntou o que era, mas o Suspense não quis responder... Foi engraçado, mas causou muita confusão, pois, a Raiva começou a incentivar o Medo, a Vingança dando idéias do outro lado. O meu irmão apartou, chamou a Calma, que fez um discurso imenso. E eu e a Risada, coitadas! Nos segurando para não rir. O Severo do nosso lado, nos vigiando e a gente implorando... “Por favor, deixa a gente sair. Queremos rir!”, mas de nada adiantou. Ouvimos o sermão todinho rindo. Quando a Calma acabou, a Paciência já estava ficando que nem o seu irmão (O Impaciente) vermelha, vermelhinha... No fim tudo ficou bem...
Depois do incidente e do sermão, a música voltou a tocar, o Silêncio cantou uma canção, a Paixão embalou o Coração cantando um bolero... Foram todos saindo devagarzinho... O salão foi se esvaziando, a música ficou tocando... Me encostei na janela, vendo todos partir, na minha mente bailando os olhares penetrantes do Mistério.
Subi a escadaria, enfeitada com rosas. Ao abrir a porta do quarto qual não foi minha surprese ao vê-lo ali, sua figura densa encostada na janela observando as estrelas, me esperando. Fui entrando sorrateiramente, vendei os seus olhos e sorri:
-Adivinha! Quem está aqui?
Ele tocou a minha mão, se virou e sorriu...
Ah! Mistério, ainda descubro o teu segrego...
Quem sabe num outro baile... Numa outra noite....
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