Coisas lindas, factos lindos, interacção sincera, útil e objectiva encarecem as relações dos povos que falam a mesma língua e se sentem nela alimentados no espírito para bem cuidarem do corpo.
O raciocínio humano só se move feliz se a partilha dos bens terrenos tiver amor voluntáriamente doado. A partir daí cede-se a tudo, dá-se tudo e, em miraculosa realidade, tudo também sobeja.
Palavreado?! Não chega. A palavra tem de robustecer o acto e não cada vez mais enfraquecê-lo. O mundo está Ã borda do abismo do "nim" porque a réplica continua a travar-se entre os bonzinhos e os mauzinhos, que logo adiante são os bonzinhos e tem-se enrolado assim a vida na manta da morte.
Milhões de humanos continuam a deixar a existência em bendita dádiva. As igrejas ostentam-se, os governos esbanjam o sacrifício dos mais fracos e estes, loucos na acesa luta pela sobrevivência, quase se comem uns aos outros, esfolam-se, degladiam-se.
Em 2003 a hipócrisia tácita é a arma que garante ao sobrevivente, Ã sombra do malefício, a pseudo honestidade que exibe. A argumentação dos sábios invertidos é incessante. As parteleiras vergam de ciência absoleta e estúpida. Intue-se nas pessoas que o fumo dum cigarro é muito mais grave do que o escape de um automóvel, quase tudo em nome de Deus e de todos os outros deuses que os estupores sustentam na boca para gáudio dos nédios abdómens.
Lúcia de Sousa, simpática carioca amorenada, jornalista de profissão, passou a cronicar semanalmente no JN, o maior jornal português. Estreou-se com "A Cindarela do samba", uma autêntica e real mulata, daquelas de pór os olhos no céu, manicura, que uma vez por ano dá o seu açucarado bamboleio ao desfile carnavalesco do Rio. Uma bonita e singela história duma brasileira que se esplendoriza num só dia para viver anónima um ano inteiro.
Bonito, sente-se bem, encaminha-nos os sentidos para o bailarico do bem-estar. A Lúcia escreve e escrevendo está connosco, como estão o Filipão, o Deco, o Jardel e milhares de cidadãos brasileiros que aqui se sentem bem e ganham a vida.
Isto chama-se Lusofonia... Pátria e Mátria... Enlace de história e actualidade, rumo, destino, ficar andando e andar ficando. Isto são passos em caminho certo, isto é magia de Cinderela ao ritmo de samba. Vou mandar uma verde-rubra beijoca à Lúcia de Souza.
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