VERANÓPOLIS
Larí Franceschetto*
Cem janeiros te separam do repouso dos tropeiros
Abrigados sob um céu onde tudo começou.
Cem janeiros abraças no sabor de conquistas.
Lidas no aroma de manhãs intransferíveis, vividas.
Cem janeiros de esperanças: mãos que o destino lança
Sobre casas brancas, sementes,
Glebas de outono nas uvas, ao abrir das janelas.
Cem janeiros de ruas, luas e luas
De encanto embalsamadas, vale, rio e canto,
Poetas e crianças.
Cem janeiros de história onde sou menino, sonhador.
Permita, amada terra!
Embora os sais da luta o templo o pão
O amor no tempo que me veste de apenas uma vida:
Na indizível essência das flores, no tom das cores,
No pôr-de-sol que tua face beija,
Depois da última lágrima, amada terra dos meus versos,
No último poema, em teus braços,
Apenas quero, amanhecer de novo!
(*) Poeta gaúcho, com vários prêmios a nível nacional. Poema escrito em homenagem ao Centenário de Veranópolis-RS-Janeiro de 1998
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