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Artigos-->Os Temperamentos -- 25/06/2002 - 14:31 (Márcio Filgueiras de Amorim) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Os Temperamentos



Os gregos antigos, em sua grande sabedoria, encontraram quatro temperamentos básicos nos seres humanos: o fleumático, o melancólico, o colérico e o sanguíneo.Achavam que a combinação dos quatro humores em partes iguais gerava o equilíbrio. Assim surgiu o termo “humorista” que se referia à terapeuta ou médico, ou seja, quem se dedicava a equilibrar os humores e, portanto restabelecer a saúde. Hoje em dia humorista ainda guarda certa relação com o significado original, pois significa aquele que faz graça, nos trazendo o bom humor.

Os fleumáticos tendem a se acomodar facilmente às situações. Aqueles de quem se diz que “tanto faz que a água corra para cima quanto para baixo”. Tudo termina num lanchinho. O problema maior é que são muito acomodados, ficam muito na zona de conforto e se colocam pouco em ação. Não sofrem muito, mas também não agem. Suas emoções são mornas, não vivem grandes dramas. Precisam aprender a se colocar mais em ação com os de temperamento oposto ao seu, os coléricos. O filósofo Rudolf Steiner diz que desde a infância os fleumáticos devem ser incentivados a conviver com muita gente. Aprendendo mais com as experiências alheias que com as próprias. Tendem a ter vidas demasiadamente acomodadas, sem grandes aventuras.

Os melancólicos têm como grande qualidade à profundidade. Mergulham fundo em cada questão que analisam. Remoem muito tempo sentimentos, magoas e ressentimentos. Tendem a ser mais tristes podendo chegar a depressivos. São persistentes com o que analisam, mas não são muito excitáveis. São seletivos com os assuntos que os interessam. Seu grande problema é que se tornam facilmente pesados e tristes. A vida pode passar a ser difícil, um grande fardo. Precisam adquirir a alegria e a leveza, que lhe faltam, qualidades básicas do temperamento oposto, sanguíneo. Steiner diz que eles evoluem desenvolvendo o sentimento da misericórdia. Devem ser lentamente conduzidos da escuridão até a luz pelo desenvolvimento deste nobre sentimento. Na medida que se dedicam a outras pessoas com sofrimentos maiores, doentes, pobres, sofredores de qualquer natureza, eles começam a sair de sua profunda melancolia.

Os coléricos são puro fogo, pura adrenalina, pura ação. Os de quem se diz: “bateu, levou”, ou de “estopim curto”. Seu andar é enérgico, militar, parece querer afundar o pé no chão. São autoritários, mandões. Estão sempre em ação. Precisam aprender a contar até dez. Com seu temperamento oposto, os fleumáticos devem descobrir a virtude da paciência, a esperar um pouco, a refletir antes de agir. A criança deve ser educada através do esporte, do trabalho no seio da família, na igreja, escola ou comunidade a ação socialmente aceita. Precisa ser educado para saber se controlar e aprender a se aquietar quando necessário.

Os sanguíneos são carismáticos, simpáticos, divertidos, mas por serem interessados por tudo tendem a ficar na superfície de todos os assuntos. São alunos muito inteligentes, aprendem fácil, mas não conseguem ser persistentes nos estudos, pois um simples ruído os distrai. São pouco concentrados, tudo os interessam, mas se cansam dos assuntos e pulam para outro foco de interesse rapidamente. Precisam aprender a profundidade com seu temperamento oposto, melancólico. Steiner diz que o educador de um sanguíneo precisa fazer que as matérias sejam apresentadas a ele de uma forma fascinante, artística de forma a seduzi=lo a querer se aprofundar em seu estudo. Gradualmente, educado assim descobre a sua capacidade de se aprofundar nos assuntos.

Na prática todos temos um pouco de cada um dos quatro temperamentos. A predominância absoluta de um só temperamento seria insuportável. Cada aspecto equilibra o outro. O excesso de ação do colérico se equilibra com a passividade do fleumático. O fleumático precisa descobrir com o sanguíneo como se colocar mais em ação. A excessiva, tristeza, profundidade e peso do temperamento melancólico se equilibra com a alegria e leveza do sanguíneo. Este último precisa aprender o segredo da profundidade com o melancólico. O defeito de um, por ser excessivo, é o que o outro precisa aprender, por ser o que lhe falta. Devemos descobrir o temperamento que predomina em nossa personalidade para aprender a dosa-lo. Uma forma é descobrir o aspecto que mais nos falta em geral o oposto é o nosso temperamento predominante. Se não sabemos esperar e logo agimos devemos ser coléricos. Se o que nos falta é ação tendemos a ser fleumáticos. Se o que nos falta é profundidade e persistência, devemos ser sanguíneos. Se nos faltam leveza e alegria, tendemos ao temperamento melancólico.

Ainda hoje devemos buscar o ideal grego do “justo tanto”. Nas tragédias gregas o homem era punido tanto pela inércia, o não cumprir seu papel, quanto pelo excesso. Tinham Hybris, deusa da descomesura, que arrebatava aqueles pobres mortais que perdiam a noção da modéstia, da humildade, do equilíbrio, ou seja, do “justo tanto”. O equilíbrio na vida deve ser nossa maior meta. O caminho para atingi-lo passa, certamente, pelo autoconhecimento.

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