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Contos-->Lucas 8:14 -- 18/09/2003 - 11:29 ( Andre Luis Aquino) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Nota: Quando escreveu a música “Construção” Chico Buarque tramou um jogo de palavras formado pelas proparoxítonas no final de cada verso intencionalmente em busca da emoção lógica de cada um.
Colocou uma pessoa no meio desse fogo cruzado de palavras para mexer diretamente com a emoção das pessoas e fazendo das palavras deles as minhas “Tudo entra na cabeça em tumulto e sai em silêncio”.
Escrevi um poema contando a história de alguém que a principio só existe em minha imaginação, mas que certamente deve lembrar e ter em si um pouco de muitos outros Lucas, Robertos, Flávios ou qualquer um.
No final de minhas frases tudo também é proparoxítono, como uma homenagem ao grande Chico e uma utopia minha e própria de querer pelo menos no intervalo de um poema ser um pouco igual a tal gênio.

Lucas


Lá vem ele sozinho com seu nome bíblico
Sentindo-se triste para dizer o mínimo
Acostumou-se com isso por ser cíclico
Distribui olhares ternos e sorrisos simpáticos
Para esconder que no fundo é um tímido

Lucas é apaixonado por Fátima
E seu sofrimento não economiza lágrimas
Essa dor já dura uns três anos no máximo
E sua amada ainda não sabe que é a única

Por ter um coração assim tão cálido
Sente-se como se fosse um cínico
Por esconder sentimentos tão mágicos
Agora vive em estado crítico

Amores não correspondidos sempre são trágicos
Dolorosos consomem as esperanças bem rápido
Lucas nunca fez sofrer um coração além do próprio
E ama Fátima como se fosse a última

O amor desses dois não existir é uma lástima
Ele estremece quando ela está próxima
Bom seria se fossem como uma princesa e um príncipe
Mas o amor não é exato e muito menos lógico

O pior para o nosso amigo pródigo
Ainda estava por vir e não era nada ótimo
Fátima amava Mário
E quando Lucas descobriu se sentiu um otário

O ódio como o amor cega e não tem código
Ameaça a própria vida e a do próximo
Assim começamos um Romeu e Julieta ao contrário
Tudo que é do avesso também é trágico

Lucas acompanhava a cena sério
Fátima beijava Mário
E esperou se separarem com um ar impávido
Para seguir a garota em mistério

Fátima ainda olhou para trás como num presságio
Lucas planejava a vingança incógnito
Tinha os olhos em chamas, mas o coração plácido
Suava em bicas naquele subúrbio

E quando Fátima estava diante de sua casa estava pronto o cenário
Para quem tem medo de sangue isto aqui não é mais história
A pobre da Fátima nem tinha direito Lucas em sua memória
E esse chegou lépido, mas medindo suas palavras e trajetória

Disse tudo que sentia na cara dela, mas esta não sabia, não fazia idéia
E nenhuma desculpa que ela pedisse evitaria a anunciada tragédia
Lucas estava cego de amor e ódio ao mesmo tempo e na média
Um amor desmedido, uma mente doente e uma paixão mórbida

Num ato desesperado Lucas a força beijou de Fátima os lábios
E Fátima sentiu sua pele fria como se ele fosse máquina
E nem teve tempo de gritar ou fugir, pois morreu em silêncio
Com uma facada no peito forte incisiva e sólida

Lucas quando deu por si já era tarde, sua vida também acabou naquele sábado
Matar o que mais se ama e como matar a si próprio
Assim mesmo soando como se fosse prático
O corpo da amada caiu pelo solo e produziu uma cena péssima

Ao perceber o aproximar desesperado da família
Lucas fugiu como pássaro
E passou a existir de modo enfático
Torturou-se até quase a morte de modo sádico

E a policia perseguiu um cara que antes era angélico
E por causa de uma loucura virou um salafrário
Foi encontrado na beira de um abismo parado e estático
E terminou julgado e condenado por esse episódio

Foi considerado louco pelos médicos
E viveu o resto da vida num hospício
Remoendo suas lembranças sórdidas
Mas saciado dso seus desejos frívolos

Uma noticia para contextualizar o poema: O estudante de direito Higor Catirsi, de 22 anos, vinha ameaçando a ex-namorada, Camila Duarte, desde o início do ano. Sete horas antes de assassiná-la a tiros dentro da loja C&A do Shopping Center Norte, anteontem à noite, ligou para a mãe da vítima: ‘Se ela não voltar para mim, sou capaz de matá-la’
O crime vinha sendo anunciado desde o início do ano, quando Camila, não suportando mais o ciúme doentio e as agressões físicas do namorado, pôs fim ao relacionamento. Há três meses, quando ela passou a se interessar pelo colega de trabalho Rafael Simão Carreão, de 21, as ameaças aumentaram.


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