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Contos-->Barroco -- 16/09/2003 - 19:21 ( Alberto Amoêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Maria Eulália veio do Marajó, e conheceu a cidade, pela necessidade de seus pais, que a doaram pra ser educada por uma família de posses.
Nesse engodo,a menina foi forçada a deixar a infância, que jamais conheceu no interior.
Porém, na realidade, a pobre só conhecerá lamentações e dor.
Acordava às cinco horas da manhã, pra lavar o chiqueiro, o galinheiro, varrer o quintal, passar pano nas vidraças, passar roupa,encerrar a casa e tantas, e tantas outras ocupações, que acabavam só, às duas da madrugada,quando a noite já havia pedido perdão, pelo dia.
Almoçava e tomava café na cozinha, após as refeições dos patrões.
De vestido de chita, cabeça rapada e tamanco nas mãos, as vezes ela se perdia por entre os jardins do sonho...ilusão, pois logo a realidade abrupta sussurrava na voz de D. Conceição, intimando-a a nova escravidão.
Maria Eulália...menina bondosa, errava de inocência, mesmo assim, apanhava no rosto e nas mãos.
O tempo anda e não repousa, engana-se que pensa que não. Eulália, tornou-se de maior, guardou no peito a escuridão, agradeceu a servidão e foi-se em busca de seus pais e irmãos.
Ainda houve, quem dissesse a palavra ingratidão.
Reintegrada a sua família, perdoada as feridas. Maria Eulália foi trabalhar , de operária numa fábrica. Lá conheceu Stroncy, que encantou a moça, que se lambusou na situação. Foi aí que a juventude perdeu o rumo. Ela engravidou e o rapaz, a ignorou. Mas ela não perdeu o compasso, continuou a ver na vida, mais um motivo pro seu esplêndor.
Contudo, em sua casa, tantas vezes sustentada por ela. Sua mãe, não a perdoou,bateu o pé e a expulsou.
Mulher solteira, com filho...a sociedade logo apontou, o emprego oscilou. Mas como era bondosa, Deus a ajudou. E o seu patrão, na pessoa de sua patroa copadecida, só lamentou.
Os dias foram passando, ela conseguiu um quarto e uma senhora, para do seu filho tomar de conta.
A sociedade foi mudando, e ela, trabalhando e estudando.
Mais tarde, o seu pai, morrendo de saudades, pediu o seu retorno,ela obidiente voltou.
A vida não era fácil, mas fácil demais, o fardo não tem gloria, não tem graça, não amadurece...só envelhece.
Maria Eulália, trabalhava e estudava, me parece que não teve sorte no amor. Se casou, mas logo se separou. O seu marido era alcolatra e não a avisou.
O seu pai veio a falecer, os seus irmãos procuraram rumo casando-se. O analfabeto deu sorte na vida, hoje é rei; o outro, que mal começou, é condutor.
Naquela lida, sua mãe velha e cansada, foi com a filha que contou.
Ela tinha que dar conta também do seu filho, ela tinha que dar conta de si...tinha que dar conta da casa.
Maria Eulália rezava...
Maria Eulália trabalhava, e trabalhando numa loja de roupas, cuidava de sua mãe já sem andar, e quase no limite, veio a se formar. Se formou em professora, formou o filho em doutor.
Quando tudo parecia, a bem da conta o filho foi embora...se casou.
Anos mais tarde, Maria Eulália segurou o último suspiro de sua mãe, que já não falava.Período em que o seu filho se separou, período em que as dívidas afundaram a casa e o país quebrou.
Maria ainda sofrida seguiu a religião, seu filho, perdeu-se no mundo da prostituição...enquanto a esperança vencia o medo.
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