Violão em silêncio!...
Inenarrando o estribilho da sua ausência, o tinir das cordas ao encontro do vento, traí o sinônimo da solidão.
O acorde ao solfejar a altivez da agrura da separação, calado, definha-se como o instrumento abandonado exalando uma sinfonia quase sem vida... com sons de um verso denotativo a falar de você e sem fôlego esfalece num último suspiro, declarando-se vencido.
Sóbrio violão!...percebeu que a vida ultimada é preferível comparando-a com a existência em espera indefinida e em sobressaltos.
Violão, faça-me conter esta dor enigmática e mostre-me o caminho percorrido e quem sabe, sem tanto para chorar, os sons que irei produzir, propiciarão alternativamente um rumo diferente do que este até então - rastejando caminhos almejando deparar-me, mesmo em sinfonia, com o seu mundo.
© Balsa Melo
10.05.04 (Brasília - DF)
|