Ah! quem há de falar que eu escrevo versos inúteis? Quem ?
Cadê as vozes dos que queriam gritar e nunca se pronunciaram?
Cadê os que guardaram as iras até hoje mudas?
Cadê os desesperados que não procuraram se transformar em esperança?
Cadê os que professaram a fé e nunca mostraram os milagres?
Ah! quem há de falar que eu escrevo coisas que não sinto? Quem ?
Que viva em mim o amor que os exageros repudia, que a paixão que me consome arda sem medo e sem queixa, e como a alva luz do luar, numa moldura, os versos estejam escritos em letras de prata: o poeta não morreu, o poeta vive!