José Américo de Almeida,
Pela ciência que solta
Afirmou com todas letras
Formando a melhor escolta
Que voltar, no seu entender,
É uma forma de renascer;
Ninguém se perde na volta.
VOLTEI
Depois de passar por um
Longo e tenebroso inverno,
Como diria o poeta,
De volta saudoso e terno
Eu retorno a este abrigo
Para rever todo amigo
Que anotei no caderno.
E logo ao chegar à porta
Do foro de poesia pura
Eu vejo uma longa fila
De poetas que à altura
Repetindo seus sucessos
Entrelaçam belos versos
Com seu tear de cultura.
E o primeiro que ouvi
No seu verso verdadeiro,
Realista, humanitário,
Como grande pegureiro,
Não conhecia essa fera,
Mas, me disseram que era
O poeta Airam Ribeiro.
E logo em seguida vinha
O poeta Daniel,
Vate de grande talento,
Oráculo de menestrel
Que, variando no verso,
Mostrava a todo universo
O seu azar no cordel.
Depois vinha declamando
Seus versos com muita fé
Benedito Generoso
Que, além de poeta, é
Um gênio que, fervoroso,
Com seu brio, talentoso,
Punha a poesia de pé.
Logo após o Wlad Silva,
Que também não conhecia,
Poeta reminiscente
Que, se lembrando do dia
Quando menino no rio
Tremendo-se todo de frio,
Fez uma bela poesia.
Depois dele externava
Muita sensibilidade
Malubarni esta poeta
Que, ante a realidade,
Resgatava com primor
Van Gogh, grande pintor,
Um gênio da humanidade.
E vinha após Malubarni,
O Herculano Alencar,
Outro gigante do verso
Seja clássico ou popular...
É um poeta de mão cheia
Onde a poesia em cadeia
Vai deslanchando no ar.
Ouvi, também, a epopéia
Que bem pôde descreve-la
O poeta Marco di Aurélio
Cuja história pude lê-la
Do mito que ele nos herda:
Coronel Zuza Lacerda
E a República da Estrela.
Ouvi, também, belos versos
E dei-lhe toda atenção
Pra poder interpreta-la
Com ajuda da tradução,
Rosa Buk, esta poeta
Que com a verve inquieta
Ressurge da inspiração.
Dando seqüência escuto
Neste foro abençoado
Um extraordinário talento,
Um nome já consagrado,
Sempre versátil e fiel
Na cultura do cordel,
Que é Gustavo Dourado.
O José de Sousa Dantas
Também estava por lá,
Prestigiando este foro
Da poesia popular...
Abrilhantando o apogeu
Do poeta que escreveu
“Cante lá que eu canto cá”.
O poeta Jorge Sales
Versátil profissional
Por lá estava e fazia
Sua parte cultural.
Vate, músico, construtor
Montava ali o vapor
Da poesia magistral.
Aline Dremir, bons versos
Estava a representar,
Tão leve, se preparando
“Com asas para voar”...
Fazer flutuar seu dom
Como fez Santos Dumont
Com o “Bis14” no ar.
Ao final desse desfile
Que emociona e apraz
Elaine, com modéstia,
Sua poesia nos traz
O sonho que nos avulta
Com o incentivo da luta
A um belo mundo de paz.
Grandes poetas faltaram
Nesse encontro tão singelo,
Mas, um por ser muito bom
Na música, prosa, martelo,
E ser um bom companheiro
Resgato com meu luzeiro:
Nosso Rubênio Marcelo.
Também quero anunciar
A beleza de uma cena,
É a entrada de uma estrela
Com seus raios e antena,
Engrandecendo a cultura
No foro Poesia Pura...
É a poeta Madalena.
Medeiros Braga (escritor, poeta, cordelista)
|