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Cordel-->O famoso pau de santo - helvia callou -- 01/01/2006 - 21:12 (m.s.cardoso xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


O Famoso Pau do Santo
Autora: Hélvia Callou
(professora e poetisa)
email- helviacallou@hotmail.com

APRESENTAÇÃO:

Peço licença aos senhores
Para essa narração
Dessa história popular
Dentro da religião
Que é com toda certeza
A maior da redondeza
A melhor da região.

DEDICATÓRIA

Esse trabalho eu dedico
Ao povo hospitaleiro.
Da cidade de Barbalha
E aos primos do Juazeiro,
E com muita devoção
De todo meu coração
A o SANTO PADROEIRO.

Sai de Campina Grande
Com uma fé verdadeira
Botei o carro na estrada
Enfrentei a buraqueira,
Usando um chapéu de palha,
Na cidade de Barabalha
Fui vê o Pau da Bandeira.

Foi no dia trinta e um,
De maio dois mil e dois.
Às oito horas da noite
Foi encostando o comboio.
E quem é que nele vinha?
Só Tião e Terezinha,
Eu e Jesus e eles dois.

A rua tava enfeitada
Com bandeirola e balão
Terezinha quando viu,
Já foi dizendo:-Tião:
Como a rua está bonita
-Olha este rei com a fita
-Esse buraco no chão?

-E aquela coisa lá,
Com uma corda enrolada?
-Para que será que é?
Por perguntas atropelada
Eu lhe respondi – não sei,
Só vamos saber talvez
Quando nos for explicada.

Chegamos no bar da Célia,
Casa antiga de Carlota,
Ela veio nos receber,
Cilumio cheio de lorota.
O bar já estava lotado,
Ai fomos informado
Do significado da corda,

È a base para erguer
O FAMOSO PAU DO SANTO
Por ser pesado e comprido,
Não dá pra ficar no ponto
Sem a ajuda da corda,
A bandeira a ponta entorta
O pau não entra no canto.

Fique sabendo também
Que a noite é de cantoria
Os famosos violeiros
Naquela noite estariam
Enfrente ao pavilhão
No antigo casarão,
Pra mim foi grande alegria.

Mas tarde eu conversava
Com Barreto primo meu.
Declamava meus poemas
E sabe o que aconteceu?
Um senhor que foi chegando
Ficou só me observando
Pediu uma cana e bebeu.

Nisso chegou outro homem
E disse: -Chico Bandeira!
Eu ouço muito seus versos
É cantador de primeira.
Eu parei um momento
Mas com grande atrevimento
Continuei a carreira.



Ele olhou e disse:
-tem prosseguimento seu verso.
Eu também rimo e declamo
Por todo esse universo.
Aí eu perdi o medo,
Continuamos o enredo
De rimas verso e reverso.

E fui lá pro casarão
Me embalar nos poemas,
No dedilhar da viola,
Analisar novos temas,
Da Cultura Popular
Das bandas do Ceará,
Numa cidade pequena.

Pequena só no tamanho,
Grande em festa e tradição
Na Cultura Popular,
Na fé, na religião.
O pau da bandeira e o reizado,
Ficaram eternizados,
Dentro do meu coração.

No sábado era o dia
De preparar a festança.
Porque no bar da Célia,
É lugar de confiança.
Onde o povo vai beber,
Eu tive que atender.
Sem querer entrei na dança.

De artista a cozinheira
Eu, Tião e Terezinha.
Agassis é veteranno,
Luzinete e Santaninha,
Passamos o dia inteiro,
Cínara chegou primeiro
E me deu uma mãozinha.

Para fazer os pastéis,
E Clélia veio ajudar
Acharam a massa grossa,
Célia só pitaco dá.
Também estava operada
Não podia fazer nada,
Precisava descansar.



Era chegado o domingo
Foi a galera aumentando
Lúcia, Júnior e Ciléia
Neta, Júnior e Cíntia entrando,
Completava o batalhão
Para atender no balcão
Ao freguês que foi chegando.

Dez horas, missa solene
Reisado no meio da rua,
Cavaleiros em seus cavalos
Moças com as pernas nuas
Na garupa passeando
O sanfoneiro tocando
E a festa continua.

O bar se enche de gente
Uns entrando, outro saindo
Bolo, coxinha e pastel
Rapidinho vai sumindo
Coca, cerveja ou cachaça
Comem, bebem e eu acho graça
Pois o lucro vai subindo! ...

As cinco horas da tarde
Esperam o pau da bandeira
Que vem sendo carregado
Com uma fé altaneira
Lá da serra do Araripe
Não vem de carro, nem jipe
Vem na perna corredeira.

É chegada a grande hora
De erguer o pau do santo
Com a bandeira sagrada
A qual lhe serve o manto
Moças que querem casar
Vão lá o pau alisar
Tirar casquinha de um canto.

Outras colocam o nome,
Moça e também rapaz
Uns jovens, outros maduro
Sem receio tanto faz!
Fui reparar de pertinho
O pau tava tão lisinho
Que nem sustentava mais.



Um fiapo de algodão
Se alguém quisesse deixar
De lembrança para o santo
Ou uma fita amarrar
Pagando alguma promessa
Mas casca tiraram a base
Só não sei se vão casar.

Eu ando desconfiada
Do santo casamenteiro
Todas as cidades que
Têm ele como padroeiro
Tem tanta balzaquiana
E se o espírito não me engana
O santo morreu solteiro.

Mas quem é que vai tirar
Do povo esta tradição
Mesmo sabendo que isso
É simpatia, ilusão,
Querem a casca tirar
Mas o pau que faz casar
É um outro meu irmão!

Mas a fé do povo é tanta
Que até Juninho acredita
Pois veio do juazeiro
E dando uma de artista
Já trouxe um canivetinho
Pra tirar um pedacinho
E dizer na minha vista.

Que era uma encomenda
Vê se nisso eu acredito
Ele é muito jovem ainda
Não deixou o nome escrito
Mas levou uma casquinha
Será que pra uma amiguinha?
Ou pra ficar mais bonita?

Eu também vou confessar:
Inventei a simpatia,
De fazer um patuá
Para guardar sete dias
O pau e o nome de alguém
Que você quer muito bem
Junto do peito fazia.



Os solteiros se casarem
E a moça até gostou
Quando eu falei um patuá
Ela já me perguntou:
Mas o que é um patuá?
E lá vai eu explicar
E a pobre acreditou.

Se vai casar eu não sei.
Eu amarrei num papel
Com sete dobras fechei
Uma das cascas em anel
Botei lá na minha bolsa
Espero que o santo ouça
Meu pedido lá no céu.

Mesmo se ele não ouvir.
Eu vou voltar a Barbalha,
Todos os anos pra festa.
Nada no mundo atrapalha
O querer de que tem fé
Na estrada eu boto o pé
E vou corrigir a falha.

Tira de novo a casquinha
Dançar forró pé de serra
Encontrar Júnior de Freitas
Cantar com a Santaninha
Vê se Santo Antônio ajeita
Para em outra empeleita
Eu vou para a terrinha.

Que a festa de Santo Antônio
Aqui é igual ao São João
Da cidade de Campina
Que a gente dança no tom
Do pandeiro e do bumba
Que nem festa de macumba
Isso é que é feitiço bom.

Por isso é que eu estou aqui
Unido com minha gente
Para ver Antônio Ernandes
Selda, Rachel novamente
Eugênio e Marchet Callou
Juro que este ano eu vou
Dar-lhes um cordel de presente.

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