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Teses_Monologos-->AMOR É UM JOGO SEDUTOR -- 25/10/2002 - 20:15 (Daniel Cristal) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

AMOR É UM JOGO SEDUTOR DE EMOTIVOS EQUILÍBRIOS PSICOSSOMÁTICOS VIVIDOS A DOIS, SENDO TAMBÉM UMA NATURAL OSMOSE INCESSANTE DE CONJUGAÇÕES. ELE É INICIAD0 PELA ATRACÇÃO CORPORAL E ESPIRITUAL, DESENVOLVE-SE POR UMA PROFUNDA EMPATIA, E SERÁ TÃO DURÁVEL QUANTO MAIS COERENTE E GENEROSA FOR, NA SUA BASE DE SUSTENTO, A ATITUDE DE AMAR O/A OUTRO/A.

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Amor é um sentimento a dois ou mais seres. À mulher, ao(s) filho(s), à família, à comunidade e ao Universo na sua globalidade. Sem a concepção mais geral do que é amar, agir amando, o amor pode pecar por defeito idiossincrático. Qualquer sentimento parte sempre de uma teoria muito interiorizada, tornada consciência. As reacções mais básicas do homem são a causa do sentimento nomeado pela expressão convencionada: amor, ódio, tristeza, alegria, dor, amargura, paixão, e são-no consequentemente pela sua própria natureza animal. Mas não basta! Como ultrapassar o ódio, a dor, a amargura? só com a elaboração de outros arquétipos mentais, poder-se-á sair de estados emotivos bloqueados, e que em vez de progredirem, regridem para a violência gratuita. Deste modo, o sentimento pode evoluir para novas formas de reagir perante a adversidade, a maldade e a contrariedade. Quando interiorizado um novo conceito de reacção ideal, o agir torna-se consciente, e permanece sempre presente nos actos mais irreflectidos. Sem esta progressão o sentimento não é perfeito, porque se reduz à imperfeição umbilical, a mais básica de todas. É o estado animal que não avança para o racional. O princípio básico do homem é o da sobrevivência, como qualquer animal irracional, não há outro. Mas podem interiorizar-se outros por aprendizagens racionais. A maioria das nossas reacções inconscientes, é resultado de aprendizagens de regras que depois de assimiladas pela consciência se tornam instintivas. Todos os códigos de conduta na sociedade, na condução automóvel, na vida doméstica, no trabalho, na religião, pertencem a esta categoria de códigos assimilados tornados instintivos e irreflectidos.

Um jogo é. De sedução. Depois da atracção corporal, a que deve seguir-se a espiritual, entre os dois seres começa um jogo de sedução com o intuito de fazer quebrar todas as barreiras que impedem a satisfação da permanência em conjunto: tabus, preconceitos, reservas, semiculturas, conceitos perversos das relações aprendidas na sociedade, na escola, na religião, no conservadorismo cultural, arquitetado em máximas de origem masculina, e em sabedorias orais transmitidas pelas vozes femininas. Este jogo sedutor só existe enquanto ambos tiverem tudo a perder no caso da relação acabar. A partir do momento em que um julga ter conquistado o/a outro/a definitivamente, especialmente por contrato escrito, o jogo boa parte das vezes periclita. A sedução perde energia e encanto, e normalmente leva o casal à monotonia, deixa de existir o prazer da companhia, podem até crescer algumas chantagens depois de conhecidas as partes mais fracas do/a parceiro/a. Há necessidade por consequência de enriquecer constantemente a relação a dois, incutir sempre novas propostas de condução familiar, alimentá-la com um carinho desusado, desfazer mal-entendidos, armá-la de antivírus que combatam o bloqueio da sua expansão e a sua corrosão. Tarefa que dá trabalho e carece de muita atenção, exercício este que não se compadece com o comodismo que tende sempre a estabelecer-se na vida das pessoas. Só assim se mantêm os equilíbrios psicossomáticos dos companheiros. Num dar e receber sem contabilidade pré-definida. E também é assim que a osmose se dá numa interiorização da outra parte que completa a relação. A outra parte torna-se nossa, e a nossa torna-se adstringente à outra. Ambos progridem em conjunto, conjugam-se na harmonia. A primeira empatia, aquela que se deu no acto do primeiro contacto, continua a existir sempre mais reforçada pela superação de metas e desafios. Mesmo que apareçam os obstáculos mais difíceis de transpor, uma relação assim alicerçada nunca se deixa vencer. E ainda que apareçam momentos de desânimo, há sempre um que erige a bandeira rumo à vitória do amor sobre todas as adversidades.

A porosidade a que duas personalidades estão sujeitas pela transmissão de afectos ao abraçar um projecto que muitas vezes nem é inteiramente comum, difunde no/a outro/a traços de carácter e de temperamento que se retemperam com o tempo e com a convivência. Deste modo, tendem a tornar-se comum a dois o que antes era individual. E permeável se torna o que pareceria julgar-se indissolúvel numa parceria que traz no fundo a totalidade da criação e evolução de cada universo.

Ao mecanismo básico da reacção inconsciente rudimentar, o instinto elementar de fecundar, que derivam da conservação da espécie, houve que sobrepor na evolução humana um outro mais elaborado, a necessidade de ir ao encontro do Belo, tornando o ser imperfeito em ser humano mais completo e aperfeiçoado. Só a Beleza dá prazer corporal e espiritual, e é essa abstração que se confunde com o Bem, o qual nunca equaciona a decepção. Esse novo mecanismo é o que conseguir ultrapassar sem praticamente o sentir, ou sequer fazer parar para decidir, os condicionamentos da adversidade e da dor. A noção elaborada que permite a melhor via de condução é aquela que sustenta uma vida plena e feliz.

Pelo prazer de conviver um companheirismo saudável com alguém que sente prazer no nosso contacto permanente, é natural actuar e sentir que se dá o que estiver ao nosso alcance a quem faz parte do nosso mundo. O amor não conjuga na sua substância mais elementar com certas particularidades de seres em formação que ainda recorrem a sentimentos retrógrados, tais como o egoísmo, com individualismo, com espera de retribuição. A retribuição é uma consequência natural do que se recebe em troca, sem nada esperar do outro. Se a relação não resultar positiva, as faltas são mútuas, num houve erro de conhecimento do outro, no outro houve deformação congénita e impreparação para aguentar um relação a dois. Mas, o amor consciente sabe distinguir também a outra parte com a qual está relacionada. Mesmo no acerbo do amor, que é a paixão, só se esta for de tal modo desacertada por parte de algum dos parceiros, ela acabará por não dar certo. E será decepcionante para a parte que se entregou, não esperando a desilusão, contudo recebendo-a por claudicação da outra parte mal conhecida. Admite o amor uma escolha sensata, uma escolha criteriosa, para que não seja cego e receba frutos amargos, ou mágoas que custam a sarar. Ninguém se dá ao diabo nem à diaba. A não ser que esteja enferma.

O Amor não é um acto intermitente. É esta a conclusão mais definitiva, que não se pode deixar de ter sempre presente nesta tese. «Nada é pequeno no amor. Quem espera as grandes ocasiões para provar a sua ternura, não sabe amar», diz Laure Conan (Angéline de Montbrun), ou «Triste é o ser que só ama as coisas quando as perde», Setefano Benni (Baol). O amor é um sentimento constante no acto de agir.

Põem as pessoas a seguinte dúvida, para alguns certeza: jogo não é, o jogo pressupõe uma competição e esta o desejo de vencer o adversário. Não é efectivamente da adversidade que se trata. O pressuposto é errado para as pessoas que amam agindo. Estas não lutam por nada, apenas se aceitam pelo prazer de coabitar e em conjunto criarem a atmosfera e o ambiente e a ternura de aceitação na reciprocidade de prazeres. É um jogo em que não há nunca nenhum vencedor nem perdedor, porque ambos usufruem de sentires e estares mútuos que os enriquecem. Quando um ganha o outro ganha mais porque além do prazer que sentem, usufrui do prazer manifesto que o outro obteve.

Platão considera que o Amor transcende a pessoa «Não há ninguém, mesmo sem cultura, que não se torne poeta quando o amor toma conta dele» (O Banquete). É o mesmo sentimento que exprime Somerset Maugham (A Servidão Humana) ao dizer «Só o amor e a arte tornam a existência tolerável», expressão semelhante ao aforismo de Wagner: « A Arte começa precisamente onde cessa a vida real, onde não há mais nada à nossa frente». O amor é tão importante na vida que Goëthe diz em Werther « É certo, afinal de contas, que neste mundo nada nos torna necessários a não ser o amor». Indubitavelmente é uma Arte. É mesmo uma Arte de ser, que nos faz ter tudo, estar em harmonia com a Natureza. «O amor não é um sentimento, é uma arte» diz Paul Morand (Isabel de Baviera); é o amor que faz esquecer o passado, é este que transforma o presente no futuro, e o futuro no presente, sem medida, sem noção de pecado, e quanto mais alguém se conhece mais ama, triunfa sobre tudo, e na sua revelação são as palavras que fazem o amor.

Amor é o sentimento que se exterioriza por uma atitude permanente, constante em relação a outrem. O Amor-a-dois faz parte dessa atitude, embora seja particularizada pela finalidade da conservação da espécie, esse complemento que nos sublima, e propaga a nossa existência. Esse Amor homem-mulher faz também parte dessa atitude consciente, racionalizada, que nos leva a considerar que estamos inseridos num mundo mais vasto nos rodeando, e tende a harmonizar-nos pelo seu conhecimento.

Esse mundo mais vasto, a que chamamos o Ser Universal leva as pessoas a algum equívoco, porque é preciso defini-lo. Já todos ouvimos com certeza falar em panteísmo, em rozacruzismo, ocultismo, em afirmações do género: fazemos parte do todo que é o mundo, somos um microcosmos no meio do macrocosmos, Deus não está fora, está dentro de nós, e Ele somos todos nós, e cada um de nós é parte dele, somos um grão de areia num infinito areal, somos uma ínfima parte da Natureza. Tudo o que acontece a cada um de nós repercute-se em todo o Universo, e vice-versa.

Em vez de recompensa, deveríamos pensar, era em saber e ter a percepção profunda do que vale cada um dos nossos actos e das repercussões que cada um deles tem em nós e nos outros. A acção de relação humana é um movimento de boomerang. A nossa acção revela o nosso íntimo, a nossa formação, um aprendizado que se foi apurando até ao possível máximo refinamento.

Este profundo sentir pelos outros, pela humanidade, reflecte-se nos nossos actos e nos actos dos outros, e colhe os tabelamentos correspondentes à sua direcção, à força e energia imprimidas. Recebe simultaneamente o que emite quase sempre no mesmo tom, no mesmo gesto, afeição, antipatia, amor e ódio, indiferença e repulsa. Se emitires fel, recebes fel, se amor, recebes amor. Há correspondências evidentes nos nossos actos, e repercussões semelhantes, é o tal ver-se ao espelho, de Grene… é uma ideia muito divulgada em algumas religiões e filosofias orientais, tais como a budista e brâmane...

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Seguem-se reflexões enviadas como resposta a desafios para discussão do aforismo em questão, editadas em : Lusofonia, Usina de Letras e Web Vânia Diniz:

Pode ser e não ser!! Qual ser universal? O "ser" deus? entidade mais ou menos desconhecida que cada grupo imagina conforme a sua cultura? Esse ser diferente no espaço e no tempo? Amar entregar-se, com que objectivo? Satisfazer o seu ego? ou tentar a correspondência??
Ninguém ama se não souber que vai ser correspondido ou então que terá uma esperança de ser futuramente correspondido! Será que se pode amar os inimigos como mandam algumas religiões?
Um "amor" rapidamente se pode transformar em ódio! então o que será o amor?
O amor platónico e lamecha dos românticos?
O amor doa amantes que é a atracção natural de 2 seres?
O amor resultante da união sexual a 2?
O amor por um animal que serve de companhia ?
O amor a um deus que não se conhece que por vezes é apregoado mas que no íntimo não passa de formal?
O amor universal vago pelos seres vivos a que pertencemos?
O amor filial ou paternal por gratidão daqueles que nos deram a vida ou que são a continuação da nossa?
O amor pelos outros seres, pela humanidade!
E por aí fora…
Não há UM AMOR mas sim diversos amores? Não é possível definir AMOR pois esse não existe! Existem AMORES dependendo de quem ama, de quem é amado e da perspectiva de quem define! Também é variável no Tempo histórico, culturalmente e até socialmente!!! Também o amor serve para tudo! Até se pode fazer a guerra por amor!!
Diria mais que AMAR PODE SER UMA ATITUDE PERMANTE DE ENCARAR A VIDA!!!
Por aqui termino a minha intervenção…

Ângelo Oliveira
Lusofonia





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Inocentes anfitriões...

Olga Matos

Procuramos tanto e não o encontramos!
Quando sonoras ecoam suas ondas,
acolhe-nos inocência e espanto de anfitriões!
Quando o amor se instala,
imediatamente uma sensação de prazer
apresenta-se duradoura e natural,
a gerar , enriquecendo-nos
de paz e vitalidade.

Prenhes de estesia, adquirimos
energias resistentes para a lida.

Advindo os grandes desafios,
dias a fio de noites escuras
carentes de ternura,
desfaz-se a solitude e a dor ,
e figura a paz , emanada do amor!

O amor não se chama… ou abomina-se.
Notifica-nos , quando visita,
requisitando moradia.
Fica para sempre na memória.
Não nos deixa ir, nem vai embora!
Polariza-se na saudade da presença física,
imprimindo vida na lida das horas.
E assim, impresso na saudade,
compartimento de espaço infinito,
permanecerá para eternidade.

Jamais será substituído,
e para nossa perplexidade,
sem conta, fomos preteridos.
Amores fizeram moradas
invadiram os nossos sentidos
" amor de mentira" e de verdade
entre achados e perdidos!
In Usina de Letras


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De:




AMOR É, POETICAMENTE FALANDO UM MAR DE SENTIMENTOS CONTRADITÓRIOS, QUE ORA NOS LEVA AO PARAÍSO, ORA AO INFERNO. NOS FAZ LEVES, SALTITANTES, SUSPIRANDO A TODO INSTANTE POR ALGUÉM DIFERENTE E AO MESMO TEMPO TÃO IGUAL. AMAR É A EXPERIÊNCIA MAIS INEXPLICÁVEL, PORÉM A MAIS SIGNIFICATIVA. NOS TORNA SERES HUMANOS MELHORES, FELIZES, TRANSFORMADORES...

Se possível gostaria de trocar e-mail: dyalmeida2000@yahoo.com.br, sobre esse ou outros temas.
In Usina de Letras
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IMPROVISO





Amor será um jogo? Eu quero que não seja!
Que jogo! Que blasfémia! Ai que palavra feia!
Amor é sentimento! O sonho que deseja
sair de nós e ser a luz que se incendeia...

e sobe até ao céu num astro deslumbrante!
É dar! É receber! É ser! É infinito!
É ir além do pó, num grito lancinante,
e transformar a carne em génese de mito!

É ser mais do que nós! É ser a divindade
que nos liberte agora e sempre deste lodo!
Que nós saibamos ser a luz da claridade

que dê a este chão a dimensão do todo!
O todo que nos quer um sonho de universo!
Um sonho que eu não sei como escrever em verso!


José-Augusto de Carvalho

13 de Junho de 2002
in Web Vânia Diniz

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II

Amor é sedução

Vânia Moreira Diniz

Jogo é toda a forma de disputa,
A ânsia de sempre vencer,
A procura incessante de argumentos,
O orgulho desmedido de jamais perder.

O amor é a doçura, sentimento, a doação,
A alegria do momento no desejo e no carinho,
Atração, luz e estranha fascinação,

Amor é sobretudo o mágico seja na dor ou na alegria

Enganada posso estar mas não combina,
O carinho espontâneo e tão profundo
Com a disputa que gera até rancor
E o amor-próprio que se sente tão ferido!

In Web Vânia Diniz
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