Quando o fio de vida rebentar
e tudo se por a perder,
tudo muda, a se transportar,
para uma outra dimensão...
o sono me vencer
e, a morte me invadindo,
sinto que já não sou....
De uma outra esfera,
como em outra era,
eu volto. Na noite escura,
um vulto a vagar...
e todos que me vêem,
curvam-se com medo
e até se benzem tensos,
para bem longe me afugentar...
Sou apenas uma figura,
Pálida, transparente e suave.
Ao clarão da lua segue a caminhar.
Meus cabelos esbranquiçados,
brilham sobre o meu manto.;
quando a brisa noturna
vem me embalar...
Vou seguindo pela estrada,
já não quero mais nada.
Da vida antiga, devo me afastar,
Busco e rebusco todos lugares,
fere-me a saudade ao ver
que com a morte tudo se perdeu...
e minha face, a minha imagem,
tão bela e tão triste imagem,
é uma visão fugidia,
daquilo fora eu... |