Vivemos na praça ao lado, vivemos com a cabeça na guilhotina.
Saímos da história para entrar na realidade, mas a bem da verdade, esquecemos das correntes, dos chicotes e das angustias, que passamos.
As lágrimas, o suor e a dor se misturam.
As mãos, os calos e o cansaço latejam, torturam.
Mudaram os tempos, mudaram os documentos,
Aliais tudo muda a todo dia, a todo instante, a todo segundo...só o homem parece não acordar.
A sua idade avança, o seu filho cresce, a sua casa envelhece, a sua tristeza aumenta, a sua riqueza não o identifica na eternidade.
Contudo a cobiça, o esfria. A fortuna o sacia, sem ver também que as
atitudes matam, as glorias apenas riem-se e a noite o frio vem.
Não temos escolas, não temos alegria,
Não temos vitória, nem dinastia, ao certo mesmo...não temos nada, mas nos acostumam a crer, que de pouco se viver.
Devemos ao medo,
Devemos a miséria, de onde comemos a fome, de onde temos que sorrir nas avenidas, para não pecar contra nós mesmos.
Essa é a ideologia,
Essa é a fantasia,a mesma que no dia seguinte, quando os nossos filhos estão entretidos sob a guarda da justiça, nos faz balbuciar mil verbos, sem encontrar um que nos alivie a alma.
Cidadãos ou não, o direito, pouco importa. Nessa sociedade de hipocrisia, hoje conta, quem tem poder de comprar.
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