Vamos falar das virtudes
Necessárias para o Alto,
Pois são as vicissitudes
Um trampolim para o salto.
Diante da fera luta
Que se trava nos asfaltos,
Orientemos a disputa,
Separando-a por assaltos.
Haverá de ter paciência
Quem for furtado na rua.
É preciso continência,
Pois a vida continua.
Furtaram o nosso carro,
Vamos ter de andar a pé.
O homem, feito de barro,
Vai bem rápido, com fé.
Tombaram o nosso lar
Os vendavais poderosos.
Precisamos trabalhar,
Com denodo, esperançosos.
Andando pela cidade,
Encontramos maltrapilhos.
Desafios à caridade
Que nos cobrirá de brilhos.
Um homem mata o comparsa,
Em furor desatinado.
Quem for bom o mal disfarça,
Rezando pelo danado.
Há quem muito se perturbe,
Por não ter a sua parte.
Ao colaborar co’a urbe,
Nosso bem o amor reparte.
Estremeções de ciúme
Atingiram-nos na alma.
São horrores de azedume
Que muita oração acalma.
Nossos filhos passam fome,
Nossa miséria é terrível.
Mas ódio n alma consome:
Humilhar-se é preferível.
O moleque não tem jeito,
Não faz nada que pedimos.
A vingança é desrespeito:
Vamos seguir sendo arrimos.
Se tivermos estrutura
P ra melhorar esta vida,
Vai ficando mais segura
A caminhada escolhida.
Fujamos da fantasia
Das loucuras do sucesso:
Será com sabedoria
Que teremos mais progresso.
Ao refrear o desejo
De ter o que nos seduz,
Iremos ter bom ensejo
De julgar mais leve a cruz.
São pequenas atitudes
Que adotaremos por norma:
P ra conquistar as virtudes,
Não haverá outra forma.
Haveremos de saber
Que progredimos no bem,
Ao sentir um bem-querer
Pelo inimigo também.
Dos Evangelhos o alvo
São as conquistas morais:
Só se considere salvo
Se se der aos outros mais.
Nosso exemplo de virtude
Colocado nestes versos
É um quê de bem que ilude
Os sintomas mais perversos.
Ao terminar a leitura,
Examine a sua alma:
Veja se tem a ventura
De levar do bem a palma.
Agradecendo ao Senhor
Sua compreensão da vida.
Peça-lhe, com muito amor,
Que esta paz seja mantida.
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