Estranho esse desejo. De dar meia volta no tempo. Botar rumo pro passado e partir pr’uma longa viagem. E lentamente percorrer todos os momentos bons, saltando veloz sobre as horas ruins. Degustar os bons instantes, como se faz com o melhor vinho. Aprecia-los e enxerga-los profundos, sem a poda do relógio. Passar longe aos inimigos e ainda mais longe aos falsos camaradas. Prolongar o tempo com os amigos, anjos verdadeiros em cujas asas navegamos. Saborear o doce mel da infância e da esperança que a inocência inspira. E por fim morrer ao nascer.