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Contos-->DESTINO - XII Parte: Noite Escura -- 22/07/2003 - 20:19 (TATIANE VIEIRA FERREIRA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Depois do último encontro que Letícia teve com Giovani, sua vida mudou radicalmente. Seus pais foram embora, sua melhor amiga três dias depois. Mudou-se para o pequeno apartamento, junto com mais duas colegas. Sua primeira noite foi dura. Não conseguia dormir imaginando que agora estava sozinha, não existia mais ninguém com quem se preocupar, ninguém que se importasse com o que ela fizesse. Sentiu muita saudade naquela primeira noite. Chorou. Depois de algum tempo descobriu em quatro amigos, sua família. Ricardo, Flávio, João e André. Faziam tudo para que se sentisse feliz e não caisse na fossa. Ricardo era o mais dedicado, tornou-se seu irmão.
Letícia trabalhava durante o dia e suas noites se estendiam para qualquer festa que houvesse. Ia a todos os lugares que a chamavam. Não queria ficar em casa, onde se sentia só. Procurava companhia, onde lhe oferecessem atenção, ela estava. Bebia, dançava a noite toda, ria, ficava com qualquer um que tivesse vontade. Chegava em casa e a solidão pesava, e ela chorava. Pensava em Giovani, e doía muito. Buscava ele em cada olhar dos homens com quem ficava, quando fechava os olhos até imaginava que era ele que a tocava. Mas quando se dava conta que se enganava ia embora, para a solidão de suas noites. Durante esses dias de solidão, Giovani à procurou algumas vezes, mas apenas a usava. Saíam, passavam a noite juntos, mas não havia amor, carinho, era apenas corpo. E depois ele ia embora, a solidão voltava.
Letícia não aguentava mais aquilo, pensou em sumir, morrer e por fim pensou até em se candidatar para voluntária na África do Sul.
Numa noite Giovani a procurou em seu apartamento, estava sozinha, pois as colegas haviam viajado. Chegou de mansinho, trocaram beijos, carícias, e se amaram, por um momento Letícia acreditou que poderia ser feliz novamente. Mas não foi o que aconteceu. Letícia sentiu quando Giovani mudou, ele se levantou e começou a vestir a roupa. Ela olhava ele na penumbra do quarto, seu coração diminuía a cada peça de roupa que ele vestia. Sabia que ele a tinha usado mais uma vez. Sentiu ódio, não dele, mas de si mesma. Ódio por ser tão fraca, ódio por amar alguém tanto assim, ódio por ceder cada vez que ele aparecia. "Onde você vai? Por que não passa a noite aqui comigo?" Ele a olhou, nua deitada na cama. "Não quero, preciso ir embora." O ódio foi crescendo dentro dela. Levantou-se, e o encarou. "Fica!" Mas ele não a escutava mais, não se importava. Abriu a porta e saiu. Letícia segurou o rádio e o jogou contra a porta, logo após ele fechá-la. Como era possível amar alguém tão cafajeste? Odiava-o e amava-o na mesma intensidade. Deitou na cama e se encolheu o mais que pôde, lágrimas corriam por sua face. Lágrimas que não queria mais derramar por alguém que não merecia. Abraçou as pernas, sozinha naquela cama, a escuridão da noite cobria sua dor. Desejou a morte naquela hora, mas ela não chegou de uma vez, veio aos poucos. Devagarinho, e cobriu todo o seu ser. Letícia sentiu que não vivia mais, agora precisava apenas sobreviver.
Um dia após o outro, uma noite após a outra. O tempo passava e ela já não sonhava mais, não desejava mais nada, apenas a paz. Encontrou com Giovani outras vezes, mas já não sentia mais como antes. Seu coração estava seco. Já não chorava mais, a solidão era bem vinda e a dor, esta foi anestesiada pelo tempo.
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